Acabar com a fatalidade
Muitos Taipenses depositaram demasiadas expectativas de um desenvolvimento acelerado da freguesia numa combinação única de governança coincidente de, junta de freguesia PS, Câmara PS e governo PS.
Diziam: “agora é que é”.
Já passaram quase 8 anos, e é tempo de fazer o balanço realista do que foram 8 anos do “agora é que é”.
O agora, afinal, era um momento adiado para milhares de “agoras”.
A maior parte das promessas eleitorais do PS ficaram pelo caminho das intenções e dos anúncios de obra futura, esses sim, permanentes e visíveis. Poderia enumerá-las: parque urbano; paragem central de camionetas; bolsas de estacionamento; Praia Fluvial reconhecida; Praia Fluvial no Parque de Lazer; Casa Mortuária, Vila Jardim; etc.
E as promessas que não ficaram pelo caminho, poucas, são de uma pobreza e de fraca importância que só por isso, se ficassem na gaveta, o benefício era maior. É que a utilidade da construção e realização pública não é uma questão de somenos importância; é ela fundamental para a decisão de fazer e gastar bem o dinheiro público.
Nunca a junta de freguesia de Caldelas (Caldas das Taipas) teve tanto dinheiro para gastar, seja pelo aumento das transferências do orçamento de estado – Fundo de Financiamento das Freguesias – que quase triplicou, seja de subsídios da Câmara Municipal.
E o que fez? Um mercado com 3 bares privados em que o serviço público existente é nenhum; um multiusos minúsculo e posto de turismo que se reduz a uma máquina com imagens das Taipas e alguns arredores. É muito pouco para quem prometeu demais.
Nos mandatos do PS, 8 anos, requalificou-se mal o centro da vila. Ficamos uma vila cinzenta onde o empedrado ladeado por muros de betão com verdete esperado e inevitável lhe conferem uma dose tóxica de mau gosto. Somos iguais, para pior, de outras muitas requalificações que se fazem por esse país fora, num aparente modernismo e moda que não respeita a zona do país e a sua paisagem natural, a história e idiossincrasia local.
A par da requalificação do centro da vila, fechou-se a vila ao trânsito e ao mundo. O trânsito foi desviado para fora dos muros da vila para que talvez a agressão urbanística não seja tão visível por muitos.
E apesar dos protestos, da iniquidade evidente das soluções de sentido de trânsito, a postura de trânsito continua surda e muda à espera que cole.
Entretanto, os taipenses e aqueles que usam a nossa vila, sofrem à espera de soluções que lhes alivie um problema artificialmente criado.
Circular na vila nas horas de entrada e saída das escolas é um tormento. Um tormento conhecido e esperado pela Junta de Freguesia e pela Câmara Municipal. Soluções? Nenhuma. Ao contrário de outros muitos anúncios, a Junta e a Câmara nada prometem para resolver o problema. Sinal de impotência absoluta; sinal de que não planearam a vila e que foi tudo feito de forma casuística.
Confirmou-se: o respeito e consideração que a Câmara Municipal de Guimarães liderada pelo PS tem pelas Taipas é muito pouca.
E como se posiciona a Junta de Freguesia? Conforma-se com a ideia, que já se provou errada, de que com a requalificação do centro da vila o comércio ía florescer; o movimento e circulação de pessoas iria ser em turba; que além de sermos uma vila termal seriamos uma vila comercial.
Foi esta miséria que o PS vendeu aos Taipenses. Tem pouco mais para vender, a não ser que os Taipenses queiram continuar a ser enganados.
Viram e ouviram a Junta a reivindicar uma nova variante? Uma nova ponte sobre o Rio Ave para percursos alternativos?
Não ouviram nem vão ouvir. É uma junta frouxa, que não reclama; é uma junta de freguesia conformada.
É preciso que as Taipas sejam consideradas no plano municipal. O PS já provou que não respeita ninguém, nem os seus pares.
Por isso é necessário que os actores mudem de cor, de políticas e de substância, nas Taipas e em Guimarães.
[Conteúdo publicado originalmente na edição de Março 2025 do jornal Reflexo]