A vontade do povo
Esta é a primeira vez que vos escrevo desde as eleições autárquicas de outubro. Faz portanto sentido uma análise daquilo que a vontade do povo determinou nas urnas.
No Concelho de Guimarães o Partido Socialista foi o vencedor absoluto. Alicerçado no discurso da continuidade, do trabalho feito e da ambição para o futuro o PS reforçou a maioria e aumentou a distância para a oposição.
Ao aumento de votos correspondeu o aumento do número de eleitos na Assembleia Municipal, não tendo contudo correspondido a um aumento do número de eleitos no executivo.
A Coligação Juntos por Guimarães volta a não atingir o seu principal objetivo: vencer eleições. Mantendo o candidato e o discurso de mudança a direita em Guimarães, porventura por não ter sido capaz de contruir um projeto alternativo que sustentasse a lógica da mudança, não conseguiu agregar entusiamo à sua volta e este resultado coloca sobretudo questões sobre o futuro da coligação e das condições para esta se manter.
A CDU, que incorporou no seu discurso o objetivo de “tirar a maioria absoluta ao PS” viu a sua votação fortemente diminuída, tendo perdido o Vereador que sempre teve na CMG e reduzida a sua representação na Assembleia Municipal.
O Bloco de Esquerda mostrou-se pouco relevante no contexto concelhio, não tendo o discurso da “luta contra a corrupção” tido qualquer correspondência com a realidade percecionada pela esmagadora maioria dos vimaranenses.
A vitória do Partido Socialista foi de escala tal que das 48 freguesias do concelho, 36 são socialistas.
Caldas das Taipas é uma dessas freguesias.
Os resultados eleitorais foram expressivos e mostraram que os taipenses queriam mesmo uma mudança.
Em minha opinião este resultado resulta de dois fatores conjugados: de um claro esgotamento do projeto político da direita para as Taipas, com um desgaste muito forte de 12 anos de governação em que, efetivamente, pouco se fez na Vila; mas resulta sobretudo de um trabalho sério do Partido Socialista. De um trabalho de proximidade e envolvimento que criou confiança na proposta política do PS.
Sinto que os taipenses sentiram que faziam parte, que contavam, e isso faz toda a diferença.
Uma nota para a CDU, que devido a conflitos internos mais ou menos públicos, e também a escolhas estratégicas do passado (viabilização do executivo no último mandato) sai fortemente penalizada deste processo na vila, o que, imagino, levará a um processo intenso de reflexão.
Contados os votos inicia-se uma nova fase. A fase dos eleitos estarem à altura da confiança dos eleitores.
A expectativa é muita, a fasquia está elevada e é fundamental que a mudança nas Taipas se cumpra.
Vamos ao trabalho!