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A Praia Seca

Manuel Ribeiro
Opinião \ sexta-feira, novembro 15, 2019
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A Câmara Municipal não apoia iniciativas pelo seu valor intrinseco; apoia eventualmente pessoas que apareçam a liderar essas iniciativas. É a discriminação pela ausência de apoio a iniciativas com mérito.

Na ânsia de se inaugurar qualquer pedra que se meta em qualquer lado, nesse contexto e lógica, inaugurou-se a 1.ª fase da praia seca – imaginem se querem conclui-la em 10 fases: 10 inaugurações. Estou aqui a dar ideias…

A praia seca, menos seca agora porque existe abundante água, sempre existiu nos últimos 50 anos, que teve sempre mais ou menos frequência.

Não deixou de existir porque a água dela, muito perto das captações da Vimágua para todo o concelho, manteve-se em qualidade aceitável ao contrário da água da praia fluvial do parque de lazer da vila.

Compreendendo essa realidade, a Junta de Freguesia liderada por Constantino Veiga, há mais de 15 anos, encetou uma verdadeira requalificação da Praia Seca por forma a atingir objectivos claros e de importância maior:

a) Candidatar a Praia Seca à categoria de zona balnear e depois a praia fluvial, qualidade que é concedida pela Agência Portuguesa do Ambiente. Tal objectivo foi alcançado com a concessão da autorização para o funcionamento como zona balnear. Para isso, a qualidade da água era o requisito essencial.

b) Para alcançar o estatuto de praia fluvial carecia-se de equipamento e de espaço. A Freguesia, liderando a Junta de Freguesia Constantino Veiga, comprou o campo à família da Casa da Seara.

c) Seria necessário, para se atingir o objectivo pleno, implicar a Câmara Municipal e a APA (Agência Portuguesa do Ambiente)

d) Essa associação foi realizada.

A inauguração da Praia Seca, da 1.ª fase, é a consequência necessária de tudo o que foi feito e que vai de encontro às pretensões passadas e actuais dos taipenses.

A requalificação da Praia Seca; o alargamento do parque de lazer para montante; a despoluição do Rio Ave foram iniciativas da Junta de Freguesia de Caldelas nunca apoiadas positivamente pela Câmara Municipal de Guimarães, apesar de ser uma iniciativa válida, moderna e emergente.

A Câmara Municipal não apoia iniciativas pelo seu valor intrinseco; apoia eventualmente pessoas que apareçam a liderar essas iniciativas. É a discriminação pela ausência de apoio a iniciativas com mérito.

As praias fluviais nunca foram um objectivo da Câmara Municipal. Existe o projecto das Taipas porque houve uma pessoa que nunca desistiu: Constantino Veiga.

E antes da Câmara falar em verde, já essa aspiração, iniciativa, e ação existia nas Taipas.

Por isso o concelho não anda, atrasa-se; perde população, empresas e iniciativa.

Fazer as coisas fora do seu tempo, é o mesmo que não fazer. E não são só as praias fluviais: são as estradas novas, os viadutos, as variantes, os estacionamentos, as vias alternativas que não se fazem a tempo e no seu tempo de modo quando se fazem, perderam muito da sua eficácia, já teria de se fazer outras.