A Junta quer vender a Taipas-turitermas?
Como é do conhecimento da maioria dos taipenses, a Taipas-Turitermas é uma cooperativa de interesse público, cujo capital é detido, na sua larga maioria, pelo Município de Guimarães.
Nos últimos anos, e em assembleias gerais eleitorais, a Câmara Municipal de Guimarães tem tido a preocupação de apresentar a escrutínio listas em que a maioria dos membros propostos para a Direcção da instituição é composta por pessoas da - ou pelo menos conotadas com a -, vila das Taipas.
Outra preocupação da Câmara tem sido sempre convidar e incluir a Junta de Freguesia de Caldelas nos órgãos sociais da Cooperativa, ocupando a autarquia, neste momento, o cargo de secretária da mesa da Assembleia Geral. Por isso mesmo, e desde que estou na Direcção da Taipas-Turitermas, sempre que há uma assembleia geral a nossa Junta de Freguesia faz-se representar, sendo que nas duas últimas realizadas, e ao contrário do que vinha sucedendo, esteve representada pelo próprio Presidente.
A postura dos representantes da Freguesia nas reuniões da Cooperativa tem sido sempre de grande atenção, espírito crítico e preocupação com as contas apresentadas. Bem vistas as coisas, não esperava outra postura e até agradeço toda a preocupação e espírito crítico. Faz-nos estar atentos e não permite que falhemos.
Mas, nas duas últimas assembleias gerais realizadas pela Cooperativa, em que esteve presente o presidente da Junta, este fez algumas intervenções que me deixaram curioso e ao mesmo tempo preocupado. Convém esclarecer que falo aqui, não na qualidade de membro da Direcção da Turitermas, mas na qualidade de taipense e membro da Assembleia de Freguesia.
Com efeito, na assembleia realizada em Dezembro de 2008, o presidente da Assembleia Geral da instituição, Dr. António Magalhães, estabelecia uma comparação entre a estância termal de Vizela e a da nossa vila, chamando a atenção para os problemas e a situação de crise que aquela atravessava, por contraposição com a situação da Turitermas.
Nessa comparação, fez referência a uma reunião que havia sido solicitada à Câmara Municipal de Guimarães por um grupo privado nacional com grande poder económico que teria demonstrado interesse na aquisição da Cooperativa, o que demonstraria o interesse e potencial da nossa estância termal. Mais informou o presidente da Câmara Municipal que, desde essa reunião, que foi apenas consultiva, nunca o tal investidor chegou a apresentar qualquer proposta concreta de negócio.
Ora, pegando nestas palavras, o nosso presidente da Junta decidiu, nos dias seguintes, fazer declarações públicas através das quais pretendia lançar o boato de que a Cooperativa estaria à venda.
Mais uma vez, e na assembleia geral, realizada no passado dia 26 de Março de 2009, o presidente da Junta de Freguesia de Caldelas pretendeu pegar novamente no tema, e saber se haveria mais desenvolvimentos sobre esse suposto interesse privado, já que entendia ser, nas palavras do próprio, de aproveitar.
Confesso que estas palavras me deixaram receoso e preocupado. Será que a Junta de Freguesia é defensora da alienação do nosso património termal a favor de privados? E qual o interesse do nosso presidente de Junta para que esse negócio se realize? E estarão os eleitores taipenses de acordo com tal decisão?
Não deixarei de aproveitar a próxima Assembleia de Freguesia para esclarecer estas e outras questões relacionadas com o assunto