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A importância de Rotary na sociedade atual

Sérgio Silva
Opinião \ terça-feira, maio 26, 2020
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É isto que diferencia Rotary de todas as outras organizações: é uma rede global, o que faz com que, tanto os rotários como os rotaractistas e interactistas tenham sempre alguém com quem se identificar

Tive, no passado sábado, a oportunidade de participar numa formação sobre o tema “Rotary e as Novas Gerações”, em conjunto com os companheiros do meu distrito 1970, mas também com companheiros de Itália e Espanha, países fortemente afetados pela pandemia que assola o mundo. Partilhámos ideias sobre o próximo ano rotário, discutimos o futuro, mas, acima de tudo, este fórum consolidou e evidenciou ainda mais uma ideia: a importância de Rotary e das suas novas gerações na sociedade, quer causando um impacto positivo, quer sendo um modelo.

Rotary é uma ONG que reúne uma rede global de líderes comunitários, vizinhos e amigos que se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmos, nas suas comunidades e em todo o mundo. É isto que diferencia Rotary de todas as outras organizações: o facto de ser uma rede global, o que faz com que, tanto os rotários como os rotaractistas e interactistas tenham sempre alguém com quem se identificar e com a “mesma linguagem”: o facto de ser uma organização que forma líderes comunitários, com ideais tendo em vista o melhoramento e o combate a problemas do nosso mundo; de ter como missão o serviço ao próximo, a difusão da integridade e a promoção da paz, boa vontade e compreensão mundiais; de fazer a diferença com companheirismo.

De facto, a família rotária assume-se como uma ajuda constante e sempre presente, em toda a parte, independentemente das circunstâncias. Muitos são os exemplos da sua atuação: a ajuda internacional no combate à pandemia da COVID-19, o combate para a erradicação da pólio, o apoio à educação, a solidariedade social, entre tantos outros. Esta é a verdadeira essência de Rotary: fazer a diferença, causando um impacto positivo.

Os tempos negros em que vivemos, onde reinam a inquietação, o desespero e o medo, onde o ser humano se apresenta indefeso perante um vírus invisível que avança inexoravelmente, merecem uma reflexão. Certamente, tudo acabará bem, porque, provavelmente, descobrir-se-á uma vacina.

No entanto, há vírus que não têm uma fórmula para serem resolvidos e que se “instalam” por vontade própria da humanidade: refiro-me, com isto, ao vírus que é a nossa sociedade. Se, por um lado, assistimos a homenagens aos profissionais de saúde, ao trabalho diário e exaustivo de pessoas que põem em risco a sua vida para salvar a dos outros ou a atos de solidariedade para com os alunos que não têm os meios suficientes para terem ensino à distância (por exemplo), por outro lado, assistimos a episódios negros de violência, de incompreensão, de não tolerância, como a morte de uma criança provocada pelo pai ou até aquelas pessoas que continuam a não cumprir as regras que nos são propostas pelas autoridades de saúde.

Na minha opinião, a população está consciente da gravidade desta situação e tem sido resiliente, mas, onde há uma regra, também há uma ou mais exceções. Em tempos excecionais como estes, ninguém pode ser uma exceção! E o que continua a não ser exceção, aliás, vai-se tornando cada vez mais uma regra é esta humanidade negra, preocupada só com os seus interesses, com o TER, TER e TER, na vez do SER, pondo em risco a vida de outras pessoas.

Um bom rotário é um líder comunitário que, antes de agir, dizer ou pensar, faz a sua prova: “É a VERDADE?”, “É JUSTO para todos os interessados?”, “Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?” e “Será BENÉFICO para todos os interessados?”. É um líder comunitário que “dá de si antes de pensar em si”, trabalha por um mundo melhor, fazendo a diferença, sendo um “presente para o mundo” e ética e moralmente responsável, mudando mentalidades, através de formação e participação cívica. Deste modo, Rotary, em todos os rotários, rotaractistas e interactistas, assume-se como um modelo para todas as pessoas que, seguindo-o, melhorarão o mundo em que vivemos.

“O Rotary conecta o mundo” é o lema deste ano rotário 19-20 e nunca um lema rotário esteve tão intimamente ligado com o ano correspondente. Neste ano, Rotary conectou, verdadeiramente, o mundo! E o lema do próximo ano, vem no seguimento deste: após um confinamento provocado pela pandemia, que obrigou a uma reflexão profunda motivada pela falta de confraternização (porque a sociedade não é sociedade sem a componente humanística), esta organização, através das suas novas gerações, que com grande alegria promovem o companheirismo, vai abrir oportunidades!

Como disse Paul Harris, “uma boa filosofia de vida é melhor que dinheiro, porque lhe servirá tanto na prosperidade quanto na adversidade". Isto é Rotary!

 

Sérgio Silva, 14 anos, Interact Club de Caldas das Taipas