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A ditadura do sistema

Manuel Ribeiro
Opinião \ segunda-feira, janeiro 07, 2008
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Tomam verdadeiro sentido, agora, as célebres palavras do dirigente socialista, Jorge Coelho, de que quem se meter com o PS leva. O autoritarismo pobre do estado encontra paralelo na vida politica local, num concelho cada vez mais dependente da Câmara e amedrontado.

Os casos multiplicam-se: é o professor da DREN perseguido por alegadamente ter vociferado contra o primeiro ministro; é a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho exonerada por ter consentido a afixação de noticias que visavam negativamente o ministro da saúde; é o jornalista José Rodrigues dos Santos que leva com um processo disciplinar por declarações sobre o controle da liberdade de informar; é o ex-director do Gabinete de Segurança do Ministério da Educação que afirma que foi demitido por delito de opinião depois de ter servido durante 22 anos aquele Gabinete; é a ditadura do sistema, (de Sócrates) no dizer de Pacheco Pereira e de António Barreto, de um país pobre, cada vez mais dependente do estado e amedrontado por um poder político estruturalmente autoritário.

Tomam verdadeiro sentido, agora, as célebres palavras do dirigente socialista, Jorge Coelho, de que quem se meter com o PS leva.
O autoritarismo pobre do estado encontra paralelo na vida politica local, num concelho cada vez mais dependente da Câmara e amedrontado.

Os dados são os seguintes: o concelho de Guimarães, equiparado em população ao concelho de Braga, entregou a titulo de IRS de 2006, pouco mais de 60 milhões de euros; o concelho de Braga entregou mais de 120 milhões de euros sensivelmente o dobro. Por este critério diríamos que os rendimentos auferidos pela população residente no concelho de Braga são o dobro dos de Guimarães. Neste ponto de vista, o concelho de Guimarães. No entanto, o orçamento da Câmara de Guimarães é superior ao da Câmara de Braga.

O autoritarismo revela-se no seguinte: a freguesia e a vila das Taipas que por vontade dos Taipenses foi eleita pelas listas do PSD, não tem direito a subvenções da Câmara para além de um mínimo insignificante por que a Câmara é PS, apesar do muito trabalho e bons projectos que a Junta apresenta; O Presidente da Junta de Caldelas queixa-se, publicamente, que os seus projectos não passam na Câmara; o tesoureiro da junta queixa-se, em sessão pública da assembleia de freguesia, que está à espera de ser admitido como associado do Centro Social Padre Manuel Joaquim de Sousa, há muitos anos. Como é público, esta associação, é completamente dominada por elementos ligados ao PS.

Temos as empresas municipais pejadas de militantes e assumidos simpatizantes do PS, num circuito fechado, onde poderá valer a lei do silêncio própria de organizações menos recomendáveis.

Temos um concelho (excluindo a cidade) onde, por falta de dinheiro ou estratégia na sua aplicação, não se faz obra. Contudo, quem responde por elas junto do cidadão anónimo, é o Presidente da Junta local que tem de estar calado sob pena de ainda ser pior para si e para a sua freguesia.

A lei do silêncio (não publicada) prevalece para que a organização floresça.

Aprestam-se agora, para formalizarem em diploma com valor de lei, a consagração plena, e para ser legitima, impedir que os Presidentes de Junta discutam e, aprovem ou rejeitem, os documentos que consagram as opções do plano e orçamento do município.

A ditadura do sistema está aí e prospera com prejuízo para o país e paras as localidades.
Maus augúrios para 2008.