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A candidatura falhada

Cândido Capela Dias
Opinião \ quinta-feira, maio 10, 2018
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O denominador comum a todas as políticas de intervenção no concelho está para além de uma candidatura, de um reconhecimento, é uma forma de estar e de fazer.

Quando a candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia falha, é preciso reunir esforços, vontades e recursos para que o projecto não morra e nem sequer marque passo.

A luta por um Ambiente mais benigno, pela protecção da Natureza e pelo uso criterioso dos meios que herdamos, não pode sequer abrandar pelo facto de a proposta da Câmara não ter merecido a aprovação dos burocratas de Bruxelas, porque essa proposta, no entender de muitas pessoas onde me incluo, vale por si, como desígnio de um concelho que quer encarar o seu futuro com esperança de uma vida colectiva melhor, mais saudável.

Há quem sustente, apoiado na falta de respeito da candidatura pelas condições de acesso, que estávamos perante uma candidatura falhada à nascença. Compete aos promotores defenderem a sua proposta e desfazer a dúvida, aliás legitima, de a candidatura estar conforme aos requisitos, desmontando a tese de embuste.

Eu, como o partido onde milito, o PCP, sempre entendemos estar perante um processo mobilizador, isto é, algo para se ir desenvolvendo, abrangendo transversalmente todas as áreas da governação do território, o que quer dizer uma base de política dedicada ao Ambiente, ao tratamento dos rios e ribeiras, ao controlo do ruido, ao direito ao sossego e segurança, à recusa de indústrias poluentes, ao direito à mobilidade e aos transporte público confortável e não poluente, etc.

Essa base, esse denominador comum a todas as políticas de intervenção no concelho está para além de uma candidatura, de um reconhecimento, é uma forma de estar e de fazer. Nesse sentido, o facto de Guimarães ter sido preterida não altera a nossa adesão a um conjunto de pressupostos que devem estar presentes na gestão do território. E também não dispensa a Câmara das suas obrigações.

Foi por assim pensarmos que apresentamos soluções para o Ambiente no quadro do programa eleitoral de Outubro de 2017. Mas também foi por assim pensarmos que apresentamos à Câmara uma proposta para distinguir positivamente os projectos económicos de interesse municipal, valorizando as candidaturas amigas do Ambiente, proposta que o Partido Socialista rejeitou.

Obviamente, a luta por um bom Ambiente não terminou com o falhanço da candidatura e compete aos cidadãos em geral, e à CDU em especial, serem firmes nesse combate.