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Votar, em Janeiro

Cândido Capela Dias
Opinião \ segunda-feira, dezembro 27, 2021
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A convocação de eleições legislativas para Janeiro de 2022, por parte do presidente da República, suscitou perplexidades e reservas entre boa parte dos portugueses e deixou outra parte zangada com os partidos que não souberam ou não foram capazes de evitar que o Marcelo cumprisse a ameaça quetinha anunciado.

Num acto inédito que surpreendeu, o presidente da República, colocou os partidos entre a espada e a parede: ou se entendiam e tínhamos orçamento de Estado; ou se desentendiam e ele dissolvia a Assembleia da República e convocava novas eleições, antecipando o fim da actual legislatura.

Os partidos não se entenderam e foram marcadas eleições para 30 de Janeiro.

As causas que conduziram à dissolução da Assembleia da Republica e à convocação de eleições antecipadas pertencem ao passado e são do domínio publico pelo que, a meu ver, o que agora importa é tentar perspectivar o quadro político que podemos ter em 30 de Janeiro.

Os portugueses parecem queimados das maiorias absolutas, aliás na linha do que vem acontecendo na Europa onde as votações fragmentadas são comuns.
Talvez por isso, há uma opinião publica que se faz ouvir nas ruas que diz não a uma nova maioria absoluta de um só partido.

Donde, a contrario senso, ganha terreno a ideia de que nas próximas eleições de Janeiro o cenário partidário será não muito diferente do da Assembleia dissolvida: um partido vencedor mas a precisar de entendimentos para formar governo.

Se tal se vier a verificar, e admitindo por convicção minha que esse partido maioritário será o PS, então duas conclusões importante e indissociáveis se pode, extrair.
Ou o PS perde votos em comparação com as legislativas de 2019 em benefício dos partidos à sua esquerda.
Ou o PS perde votos mas os partidos à sua esquerda não são os beneficiados dessa perda.

Se o PS perder votos e os partidos à sua esquerda obtiverem uma votação reforçada isso tem uma leitura política: os eleitores querem políticas de esquerda.

Na minha perspectiva o partido mais coerente e consequente na apresentação e defesa de propostas que para melhorar as condições de vida dos trabalhadores e dos reformados é o PCP.
Como os diversos casos em torno da recuperação das alterações à legislação laboral e ao valor das pensões de reforma tem sobejamente demonstrado.
Acresce que o PCP apresenta como cabeça de lista um trabalhador exemplar, um cidadão der causas. Um homem integro e solidário, um vimaranense com dedicação a várias colectividades, clubes e associações, Torcato Ribeiro.

Com ele, Guimarães e o Vale do Ave têm a garantia de uma defesa intransigente dos mais desprotegidos contra a política negra dos interesses económicos. da especulação bolsista e imobiliária, contra a corrupção.

Torcato Ribeiro é o meu voto de olhos fechados, mas de coração aberto.