14 abril 2025 \ Caldas das Taipas
tempo
18 ºC
pesquisa

36 ANOS É DEMASIADO TEMPO

Manuel Ribeiro
Opinião \ segunda-feira, março 03, 2025
© Direitos reservados
O Partido Socialista, em 36 anos de poder ininterrupto, não teve ideias para o concelho, ou se as tentou ter, goraram-se na sua irrelevância.

O Partido Socialista, em 36 anos de poder ininterrupto, não teve ideias para o concelho, ou se as tentou ter, goraram-se na sua irrelevância.

É de notar que o candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Guimarães venha renegar tudo ou quase tudo o que o PS fez em 36 anos de governação do município.

E se não teve ideias e soluções para o concelho, para a parte norte do concelho é que, decididamente, não teve uma ideia que prestasse.

A parte norte do concelho, entenda-se as freguesias e localidades que se situam a norte do Rio Ave e em toda a sua zona ribeirinha, necessitam de estar ligadas ao mundo.

Uma necessidade que se tornou premente nos últimos 30 anos.

Respostas a essas necessidades? Projectos e mais projectos, alguns mal concebidos.

Era a via do Ave Park cuja configuração e soluções de construção com aterros gigantescos cortam freguesias ao meio e são atentados ao ambiente.

Solução essa que, consabidamente, não resolve o problema de ligação à auto estrada porque o problema de trânsito da Estrada Nacional 101 não está resolvido.

Apareceu depois, em jeito de acoplamento ao projecto do município de Braga, o BRT ou, em alternativa, o metro de superfície, este sobre carris.

Com o aparecimento deste projecto, confirma-se que a Via do Ave Park já não resolvia, por si, o problema da EN 101 – Taipas-Guimarães, era necessário esta ajuda num reconhecimento tardio, e vergonhoso, de que a Via do Ave Park não era resposta cabal.

E então a Rua urbana a construir desde a rotunda de Ponte – Sãozinha Gira – atravessando a recta do Toris – com que finalidade foi anunciada se era mais um constrangimento à fluidez do trânsito.

Mais uma promessa eleitoral que caiu definitivamente por terra e só fez sentido, enganosamente, diga-se, em clima de campanha eleitoral.

São estes avanços e recuos, sem uma meta definida, uma meta sólida, coerente e transparente em todos os seus termos que demonstram a falta de senso, de metas consistentes, a característica do partido socialista.

E a ligação à Auto Estrada a partir de um ponto que possa servir a parte norte do concelho e o AVE PARK?

Esse era um assunto encerrado, há muitos anos, pelo Partido Socialista. Agora ressuscitou como uma bandeira eleitoral. Não foi ao terceiro dia, foi ao trigésimo ano.

Com estas propostas, não recusadas pelo aparelho, o PS reconhece, faz mea culpa, de que andou a atrasar o concelho durante 30 anos.

Se a ligação à Auto Estrada a partir de um ponto que sirva a parte norte do concelho é uma necessidade actual, também a foi no passado.

Quem a negava é porque não queria o desenvolvimento acelerado da parte norte do concelho. E se não a quis no passado é estranho que a queira no presente.

AH! Os ciclos eleitorais ressuscitam fantasmas nunca afastados na actuação governativa do município.

Decididamente, o PS não sabe o que quer. Pode querer uma coisa e o seu contrário, ao mesmo tempo, o que redunda em NADA.

Agora, quer afirmar Guimarães. Pergunta-se: o que que andaram a fazer ao concelho durante 36 anos?

Se o concelho ainda não está afirmado no panorama nacional, a imputação dessa desgraça tem um arguido: Partido Socialista.

Mas querer afirmar Guimarães na mobilidade, na habitação, nas acessibilidades, agora?

Com os mesmos actores políticos?

Não é dar “pérolas a porcos”?

O PS já esteve e está no poder há tempo mais que suficiente para transformar o concelho para melhor; pelo contrário, definharam-no.

[Conteúdo publicado originalmente na edição de Março 2025 do jornal Reflexo]