Sem professores de artes performativas, AEC criam “desigualdades”
Há falta de professores nas AEC (Atividades de Enriquecimento Curricular), particularmente nas artes performativas, e isso está a preocupar a oposição, que considera que estão a ser criadas “desigualdades” no território e no acesso a este tipo de atividades.
Emília Lemos, vereadora do PSD, frisou na última reunião de câmara que “vários agrupamentos, quase todos, têm falta de professores de artes performativas”, não compreendendo “como isto é possível quando estamos perto do final do primeiro período”.
No entender da vereadora da oposição esta realidade está a gerar “desigualdades”, uma vez que tal se verifica nas escolas mais periféricas, sendo o impacto reduzido nas escolas do centro.
Nesse sentido, Emília Lemos pede mais “autonomia para as escolas poderem estabelecer protocolos para diversificar a oferta junto de associações e entidades locais, de forma a ajustar a resposta”.
Adelina Pinto confirmou que “já desde o ano passado é uma realidade a falta de professores a nível nacional nas artes performativas, contrariamente ao que acontece no desporto”.
“Sabemos que estas áreas são lecionadas por professores, normalmente num regime mais precário, que sendo colocados deixam de estar disponíveis. Recebemos da tutela verba para pagar oito euros por hora, a Câmara paga dez porque entende que houve atualizações salariais, mas mesmo assim não é compatível com recursos qualificados”, disse a vereadora com o pelouro da educação.
A vice-presidente do município referiu ainda que a Câmara tem trabalhado parcerias com instituições como o Laboratório da Paisagem e o Curtir Ciência, por exemplo, para solucionar este problema, reconhecendo a questão das “desigualdades”: “de um problema está a nascer outro”.
De resto, Adelina Pinto sustentou que o município propõe no início do ano letivo desporto e artes performativas, no caso das artes performativas “faz parte da estratégia do município: tem tudo a ver com os nossos objetivos, estando relacionado com a aposta na cultura, não só em contexto de sala de aula”. Ainda assim, as escolas têm autonomia, “por antecipação, para no início do ano propor outra oferta”, disse.