Morreu a última rendilheira das Taipas. Funeral realiza-se este domingo, 16 de julho
Joaquina Ferreira Marques, natural da freguesia de São Lourenço de Sande, mas desde muito novinha a morar na de Caldelas, em Caldas das Taipas, foi servente da prestigiada família António Gonçalves no centro da vila, enquadra durante muitos anos, como dançarina o Rancho Folclórico das Rendilheiras das Taipas, que teve aqui em Caldas das Taipas e para todo o Minho, uma expressão artística de cariz popular entre os anos 30 e 40 do século passado, com sede e sala de ensaios no edifício do Turismo,
O verso mais cantado pela líder do Rancho, a falecida Anita era:
Somos das Taipas, à beira Minho
Sempre formosas deste cantinho
Namora o Ave das lavadeiras
A voz suave das rendilheiras
Nos anos 50 sai para a cidade do Lobito, da Republica Popular de Angola, para se encontrar com o seu marido, o empresário Adão Marques, ajudando-o no desenvolvimento do negócio que este ali criara juntamente com Cortez de Carvalho que daqui também saíra. Ali tem o seu primeiro filho, o agora médico Carlos Marques.
No princípio da década de 60 vem para a sua terra, onde já aqui tem o seu segundo filho, o Rubens Marques, “oferendo-o” para servir a comunidade na qualidade de padre. Instala-se com negócio de Armazém de Cutelarias donde vende para todo o território nacional até ao final do século, e onde é figura predominante na gestão e no atendimento dos clientes.
Morre aos 90 anos a última rendilheira das Taipas, que muitas saudades deixa às gentes da usança e costumança da vila. O seu funeral realiza-se este domingo às 17h30 com Eucaristia na Igreja Matriz, partindo o seu corpo para a sua sepultura familiar do cemitério local.
Texto enviado e da autoria de Cândida Baptista.