Lítio: Oposição diz que processo é "inadmissível". CMG acena com despacho
“Fomos surpreendidos com o facto de o nosso concelho, mesmo que seja uma freguesia, fazer parte da rota do lítio”. O vereador do PSD, Bruno Fernandes, teceu críticas à forma como a Câmara Municipal de Guimarães (CMG) geriu o processo de discussão à volta da exploração do mineral. O município, por intermédio da vice-presidente Adelina Paula Pinto, lembrou que foi emitido um "parecer desfavorável" durante o período de discussão pública.
Guimarães aparece no mapa no dia 2 de fevereiro. A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) viabilizava a pesquisa e prospeção de lítio em seis zonas e há um ponto na zona denominada "Seixoso-Vieiros” – que engloba os municípios de que abrange Fafe, Celorico de Basto, Guimarães, Felgueiras e Amarante – que chamou a atenção: a freguesia de Serzedo.
“Não se compreende que o município, que supostamente devia estar consciente deste assunto há meses, não tenha informado os cidadãos deste processo. Não ouvimos uma palavra do senhor presidente [Domingos Bragança] – a não ser que desconhecia e que se informar. É inadmissível que o presidente da CMG desconhecesse um processo desta natureza, desta importância”, referiu o vereador à margem da reunião de câmara desta quinta-feira.
A vereação reuniu – ainda que sem a presença de Domingos Bragança devido a uma indisposição – um dia depois de o autarca de Guimarães e de regiões da zona de prospeção de lítio "Seixoso-Vieiros" se reuniram com o ministro do Ambiente.
Depois de Bruno Fernandes ter falado numa “gestão com os pés pouco compreensível”, Adelina Paula Pinto, em substituição de Domingos Bragança, lembrou que o município cumpriu os trâmites legais e emitiu um parecer desfavorável “por questões ambientais” durante a consulta pública. “Estávamos, na altura, numa fase em que foram apontadas as primeiras oito zonas, em que Serzedo já aparecia. O senhor presidente tem estado a exigir participação ativa. É uma questão que incomoda bastante a população”, explicou a vice-presidente.
“Temos que ter uma segurança muito grande sobre o que está a ser feito. Não podemos defender questões ambientais e depois termos atropelos. Estamos a falar de identificação de zonas de prospeção e não de exploração. Quer-se que os municípios sejam parte integrante no processo”, referiu Adelina Paula Pinto.
A tutela indicou que ia viabilizar a prospeção de lítio em seis zonas do país, com uma redução para metade na área. No caso de “Seixoso-Vieiros”, a área passa de 243,7 quilómetros quadrados, para 144,2 quilómetros quadrados. Mas mantém a parcela na freguesia de Serzedo, a sul do concelho vimaranense.