"Legado vicentino" em palco. Está aí a 35º edição dos Festivais Gil Vicente
Uma “análise à sociedade” com o “humor em destaque” compõe as diretrizes da 35.ª edição dos Festivais Gil Vicente, que decorrem entre 1 e 10 de junho no Centro Cultural Vila Flor (grande e pequeno auditório) e no CIAJG seguindo o “legado vicentino”. A programação foi apresentada esta quarta-feira.
Aqui as “propostas que passam ao lado do radar” têm um palco privilegiado, segundo Rui Torrinha, diretor artístico d’A Oficina. Neste cenário, “a criação é essencial” e a criação que se faz em Guimarães está presente num “programa vibrante” que conta com uma “política ampla de descontos” para, complementa o vereador da cultura, Paulo Lopes Silva, fazer do “teatro um espetáculo para todos”.
“Aqui em Guimarães pensa-se sempre o mundo a partir deste lugar. Entendemos que o apoio à criação é essencial, porque a criação ajuda à fixação de cultura. Há uma aposta clara do município, temos cá cursos de artes, que cria um ecossistema imparável”, frisa Rui Torrinha, atirando que a “cidade tem o destino nas suas mãos e quer mostrá-lo ao mundo”. O teatro é uma das vias.
Ver teatro numa espreguiçadeira: será possível
O programa deste ano conta com seis espetáculos, para lá das atividades paralelas, sendo que dois desses espetáculos terão a sua estreia absoluta no festival de teatro de Guimarães. Num dos casos, no dia 3 de junho – sábado – será possível assistir a um espetáculo no conforto de uma espreguiçadeira.
Através do coletivo Plataforma 285 a peça ‘All you can eat’ deixa um olhar crítico da sociedade, nomeadamente uma “crítica ao capitalismo e à sociedade do consumo”.
PROGRAMA
1 Junho – Cosmos
2 Junho – As três irmãs
3 Junho – All you can eat
8 Junho – Solo
9 Junho – Um quarto só para si
10 Junho – Noites de Verão
“A Oficina não trabalha para si, mas para a cidade”
Paulo Lopes Silva sustentou que “A Oficina trabalha para a cidade, para o território e não para si”, isto a propósito da colaboração do Círculo de Arte e Recreio na realização do festival. Por outro lado, o vereador destaca o “papel de apoio à criação”, sustentando que “temos três peças de duas bolsas d’A Oficina”, o que é uma “mensagem que deve chegar a todo o país e ao Ministério da Cultura, que deve olhar para a forma de financiamento d’A Oficina”, sublinhou.
O vereador aproveitou ainda para destacar que “o teatro é para todos” e através da política de bilhetes a ideia “fundamental é desmistificar a ideia de que isso não é para nós” e que é para uma “qualquer elite”.
Já Mickael de Oliveira, diretor artístico do Teatro Oficina, assume o papel de responsável pelas atividades paralelas aos espetáculos principais, tencionando ser “um ponto de debate em Portugal” de temáticas patentes na sociedade e debatidas nas peças, como a identidade. “Temos um programa que provoca e alimenta a discussão, prolongando a experiência do espectador”, terminou.
A cortina corre de 1 a 10 de junho no CCVF e no CIAJG e é “para todos” na 35.ª edição dos Festivais Gil Vicente.