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Escuteiros de Caldas das Taipas lutam por uma sede própria

Alfredo Oliveira
Sociedade \ quarta-feira, maio 08, 2019
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O Agrupamento 666 de Caldas das Taipas completa 40 de vida a 6 de maio deste ano. Nas palavras do chefe de agrupamento, Ernesto Martinho, para se cumprir o lema deste ano “40 anos, altamente!”, só falta mesmo que as promessas da nova sede se concretizem.

O que está previsto para o aniversário do agrupamento?
Fazemos 40 anos a 6 de maio. As comemorações começam um dia antes, a 5 de maio vamos ter um dos momentos grandes do agrupamento, que é a realização das promessas dos nossos escuteiros. Outro dos pontos altos do aniversário será o acampamento a realizar entre 25 e 26 de maio, no parque da vila, como não poderia deixar de ser. Nesse período, será realizado ainda um encontro/jantar com os antigos escuteiros.

O agrupamento esteve sempre no ativo ao longo destes 40 anos. O que destaca ao longo destas quatro décadas?
O lema deste ano “40 anos, altamente!” identifica muito aquilo que destaco nos escuteiros das Taipas. Foram mesmo quarenta anos que marcaram todos os que passaram pelos escuteiros e todos, acredito, devem ter boas histórias para contar. Sempre demos prioridade às atividades escutistas, como é caso do acampamento nacional, o acampamento regional e o acampamento do núcleo e estes acontecimentos deixam marcas para a vida.

Qual a ideia ou filosofia que marca o escutismo nas Taipas?
O caminho de Jesus Cristo, o espírito do Homem Novo, a aposta na solidariedade e nos valores, é este espírito que sempre trabalhamos e temos de trabalhar.

O escutismo de agora enfrenta uma realidade diferente de há 40 anos atrás?
Atualmente, os escuteiros das Taipas estão com “saúde”, mas não estão no que eu entendo que deve ser o escutismo. Antigamente, era mais um escutismo com uma certa aventura, agora as leis são diferentes, somos obrigados, por exemplo, a estar em espaço delimitado. Por outro lado, não há a disponibilidade de antigamente e as pessoas estão mais ocupadas, trazemos mais tarefas para casa e o tempo disponível não é o mesmo. Felizmente, os jovens têm na freguesia muitas oportunidades para os seus tempos livres. Naturalmente, se nós tivéssemos outras condições a nível logístico e outras infraestruturas a situação seria diferente, para melhor. Acreditamos, mesmo assim, que somos um dos maiores agrupamentos do concelho. Poderíamos e deveríamos ser melhores, mas as condições também não são as ideais.

A falta de uma sede é o principal problema dos escuteiros das Taipas?
É um dos problemas. Como se pode ver, este espaço, onde estamos, não reúne condições. Temos 36 exploradores e não cabem neste espaço. Vamos usando um espaço no parque de lazer, mas não é solução.

Já tiveram diversas promessas, por parte da paróquia e da autarquia, que o problema seria resolvido. Como se encontra esta questão?
O facto é que não temos sede e já tivemos no passado. O agrupamento criou efetivamente uma sede, criamos condições para fazer escutismo, tivemos bons espaços de convívio, de armazenamento de material, espaços para reuniões e, a verdade, é que hoje não temos uma sede. O agrupamento já teve promessas de toda a gente e o que é certo é que hoje o agrupamento das Taipas não tem condições para fazer escutismo. Vamos continuar a acreditar nas pessoas?
A última promessa pública foi há cinco anos. Na abertura do nosso acampamento, o presidente da Câmara afirmou que a sede seria uma realidade. Verificaram-se alguns desenvolvimentos, mesmo com a Turitermas, com a legalização de um terreno, as obras estiveram anunciadas para começarem, mas… não quero dizer muito mais
Em termos da paróquia, também não temos novidades. Temos pena, pois o agrupamento tem muito para dar. Fomos os primeiros a criar condições e trabalhamos muito para isso, há trinta anos atrás e, hoje, seremos o pior agrupamento em termos de infraestruturas. É um desgaste muito grande para o nosso agrupamento e em particular para mim. No final deste meu mandato, até julho, ainda estarei à frente do agrupamento, a partir dessa data, não fico mais. Estou cheio de tudo e mais alguma coisa. Não vou abandonar o agrupamento, desempenharei outras funções, mas deixo a liderança.

É chefe do agrupamento desde quando?
Há 26 ou 27 anos, mas, tal como já disse internamente, não voltarei a recandidatar-me a um novo mandato. Quando este agrupamento, o n.º 666, se formou, também já estava presente e já era dirigente, teria 18 anos e fiz a promessa com essa idade. Fui um dos muitos que batalhou para a sua formação. Estivemos quatro ou cinco anos a batalhar nisso.

Quem mais esteve nessa formação?
O Padre Manuel Joaquim de Sousa, o Chefe Bento, o Chefe Rafael, de Joane (que foi o primeiro chefe do agrupamento n.º 666), e o Chefe Luís, de Santa Eufémia de Prazins. O 25 de Abril parou um pouco as coisas, pois já tínhamos fardas e data da formação legal, bem como algum equipamento. Ainda temos uma tenda dessa tentativa.

Uma mensagem final?
A comunidade pode contar connosco e nós vamos contando com a comunidade, que sempre tem dado uma resposta positiva às nossas iniciativas. Aos jovens, posso acrescentar que podem sempre encontrar no nosso agrupamento um porto de abrigo e um espaço onde valores solidários estão sempre presentes. Apareçam.