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Como regressar a um mundo novo na mesma escola de sempre

Redação
Sociedade \ segunda-feira, maio 18, 2020
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Regressar à escola num dia a meio do terceiro período por parte de alunos do 11º e 12º ano pode significar, verdadeiramente, navegar em mares nunca antes navegados. Foi o que aconteceu esta segunda-feira com o reatar das aulas presenciais em plena pandemia para os alunos que vão realizar exames nacionais.

Um regresso diferente de todos os outros, com uma grande dose de incerteza à mistura e um sem número de novas regras para entrar nas novas rotinas. O Reflexo acompanhou as primeiras horas da nova realidade na Escola Secundária das Taipas, em que a logística implementada criou um novo paradigma.

Não há toque de campainha, a entrada e a saída das salas de aula é definida pelo professor, a um ritmo incomparavelmente mais lento do que o normal. O chão está repleto de novas marcas a sinalizar o circuito no qual se tornou uma ida à escola, com entrada por um local e saída por outro. Os intervalos são passados na sala de aula e as turmas foram divididas em turnos para garantir que fica um aluno por secretária.

Plano traçado dá segurança

Bárbara Lima foi uma das alunas que esta segunda-feira retomou as aulas presenciais depois de mais de dois meses a deambular entre aulas por vídeoconferência e a incerteza quanto às medidas a tomar relativamente ao ensino. Bárbara vai fazer exames a Matemática e Física e Química e, por isso, vê com bons olhos este regresso das aulas presenciais, até porque o plano traçado transmite confiança.

“Tendo em conta que a escola está a adotar um plano de contingência com medidas bastante rigorosas, em que que até recebemos por email o que temos de fazer na chegada à escola, o percurso que temos de fazer, digo que estou segura para vir e é necessário vir à escola e ter aulas presenciais. Não é a mesma coisa ter aulas por vídeoconferência, o auxílio dos professores é necessário”, refere a aluna do 12º ano.

Bárbara Lima diz estar preparada para, nos próximos tempos, seguir uma série de novas diretrizes. “O intervalo não vai existir, basicamente vamos ficar dentro da sala, e as turmas estão divididas por turnos para sermos menos pessoas nas salas. A escola está também dividida por blocos para estarmos distanciados uns dos outros, não vamos ter contacto com ninguém a não ser o nosso turno e o nosso professor. O percurso vai ser entrar por uma porta, sair por outra e ir para casa, sem contactos”, explica.

Mais estudo em casa para compensar

De facto, foi isso que se passou esta segunda-feira, com duas enfermeiras do ACES Alto Ave a auxiliar no processo de entrada na escola. Fila indiana com distanciamento obrigatório antes de um primeiro check-in à entrada. Apenas com máscara e após desinfeção é permitida a entrada num mundo novo apesar de se tratar da mesma escola de sempre.

Na mesma situação está Carlos Machado, aluno também do 12.º ano de escolaridade, que vai fazer exame nacional de Português e de Matemática. Garante estar preparado para esta nova realidade e para compensar com mais estudo em casa.

“Estou preparado, não acho que vá ser muito difícil esta adaptação a uma nova realidade. A nível de estudo vou ter de estudar mais em casa, fazer esse trabalho em casa, mas não acho que vá ser necessariamente mau. Já recebemos informação antes de vir para o primeiro dia, o diretor teve uma chamada com muitos alunos, e transmitiu tudo o que precisamos de saber, da forma como se vão processar as aulas”, frisa ao Reflexo.

Com ambição de entrar no ensino universitário, Carlos Machado considera também que regressar é extremamente necessário. “Perder o ano ou adiar o que quer que seja seria muito pior, pelo menos eu penso assim, tenho o objetivo de entrar na universidade e, nesse sentido, acho que este regresso teria de acontecer para nos podermos preparar convenientemente”, revela.

Nervosismo à parte, esta segunda-feira consistiu apenas no primeiro dia da tal nova realidade em que a adaptação é geral, desde alunos a funcionários e até professores. Com um número de alunos muito mais reduzido do que o habitual, o primeiro dia de aulas na Escola Secundária das Taipas foi discutido em reunião de câmara, nomeadamente no que ao transporte diz respeito.

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