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Castro de Sabroso já aberto: “Mais que justa homenagem” a Martins Sarmento

Tiago Dias
Cultura \ domingo, junho 25, 2023
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Escavado pela primeira vez entre 1877 e 1878 pelo arqueólogo vimaranense, castro foi requalificado e pode ser visitado. Monumento exige cuidados técnicos, mas também zelo da comunidade.

Monumento Nacional desde 1910, o Castro de Sabroso está, a partir deste domingo, aberto a visitas. A vedação em rede e madeira delimita os vestígios do povoado habitado entre os séculos III a.C. e I a.C.: a dupla muralha a delimitar as ruínas das casas circulares sobressai no Coto do Monte Sabroso, na União de Freguesias de Sande São Lourenço e Balazar, onde se deu a inauguração da requalificação ocorrida no último ano e meio.

A associação juvenil Citânia, da União de Freguesias de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia promoveu uma visita guiada ao castro após descerrada a placa que assinala a inauguração da obra de 218.539,68 euros, realizada pela Câmara Municipal de Guimarães na sequência de um projeto da Sociedade Martins Sarmento (SMS), de 2013, e da candidatura ao Orçamento Participativo de 2017, pelo cidadão Carlos Marques.

Na ocasião, o presidente da SMS vincou que a abertura daquele núcleo castrejo é motivo para que 25 de junho de 2023 seja um “dia feliz” para Guimarães e para Portugal. “É uma mais que justa homenagem ao sábio Francisco Martins Sarmento, que o descobriu e escavou em 1877 e 1878 e que responde a um desígnio das várias direções da Sociedade Martins Sarmento", disse Antero Ferreira, reconhecendo que é preciso ainda criar pontos de água, locais de recolha do lixo, criar roteiros para a fruição daquela estação arqueológica e das envolventes, bem como manter as ruínas. O responsável frisou ainda que a comunidade deve sentir “o património como seu”.

Esse património de três hectares apresenta agora uma sinalética com mapa e indicações dos caminhos a seguir. E também uma ponte em madeira entre a segunda muralha e o seu fosso exterior para garantir que os futuros visitantes não pisem as ruínas. “As ruínas não estão vedadas. Conta-se um pouco com o civismo das pessoas para que não circulem em cima das estruturas. É possível visitar o monumento sem ter de pisar nenhuma construção”, realçou o arqueólogo Gonçalo Cruz, da SMS, em declarações à edição de maio do Reflexo.

A cerimónia contou ainda com o presidente da UF, Francisco Gonçalves, com o presidente da Assembleia Municipal, José João Torrinha, e com o presidente da Câmara, Domingos Bragança, acompanhado de vários dos vereadores. O responsável pelo município vimaranense frisou que o Castro e a Citânia de Briteiros merecem cuidados “à mesma escala” do centro histórico de Guimarães, classificado pela UNESCO como Património Mundial.

 

Castro inaugurado ao fim de ano e meio de obras © Cãmara Municipal de Guimarães

Castro inaugurado ao fim de ano e meio de obras © Cãmara Municipal de Guimarães