Regeneração
Já se se iniciaram as obras de requalificação do Teatro Jordão e Garagem Avenida e segundo podemos ler no sítio da autarquia a intervenção tem um prazo de execução de ano e meio e um investimento superior a 11,5 milhões de euros. Esta obra contempla um auditório para 400 lugares, a nova Escola de Música da Academia Valentim Moreira de Sá e espaços destinados ao Curso de Artes Performativas e Visuais da Universidade do Minho.
O Teatro Jordão fechou portas na década de noventa mas a sua aquisição pela autarquia vimaranense só se concretizaria em 2010, contando com o voto favorável de todos os partidos representados no executivo municipal. Custou ao erário público 2 milhões e 250 mil euros, valor abaixo do anteriormente pedido pelos seus proprietários. A justificação evocada para a sua compra foi, para além da importância da requalificação de um edifício emblemático dos vimaranenses, a necessidade de alojamento da Escola da Academia de Musica Valentim Moreira de Sá, do Curso de Artes Dramáticas e Individuais da Universidade do Minho e das Bandas de Garagem.
Guimarães estava já a preparar-se para a Capital Europeia da Cultura 2012 mas o Teatro não faria parte dos equipamentos prioritárias para a sua realização. Segundo o então presidente António Magalhães teria que se aguardar por melhor oportunidade para o seu financiamento.
Entretanto, em 2011, foi aprovada por maioria a abertura do concurso para a elaboração do projecto de arquitectura para o edifício do Teatro Jordão. Enquanto vereador da CDU votei contra porque o programa de utilização proposto era, na minha opinião, excessivo para o edifício e obrigava a uma intervenção no seu interior que iria descaracterizar a sua parte mais importante , a majestosa Sala de Espectáculos!
Entretanto foi adquirida a Garagem Avenida, mas a expectativa criada pelo facto de adicionar mais área de utilização iria aliviar a então prevista para o Teatro Jordão não se verificou, mantendo-se a intervenção inicial.
Muitos vimaranenses ficaram chocados com a imagem do grau de destruição visível nos trabalhos de demolição a decorrer. Parece, pelos comentários, que só agora se aperceberam realmente do significado da palavra “regeneração” utilizada para caracterizar a intervenção em curso no edifício do que foi desde 1938 até hoje, o Teatro Jordão.
Independentemente de se concordar ou não com o que se pretendia fazer com este edifício, e considero todas as opções legítimas, não deixa de ser frustrante que a dita sociedade civil, devidamente alertada para o que se pretendia fazer, não tenha mexido uma palha para pelo menos promover alguma discussão pública sobre o destino do que foi o nosso Teatro!