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Quem não gosta de fazer anos?

Vítor Oliveira
Opinião \ quinta-feira, junho 18, 2020
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Se o 10 de Junho é já o “Dia de Portugal”, o 24 poderia muito bem ser o “Dia da Fundação”. O Dia Um de Portugal, afinal.

Todos temos um dia em que chegamos. E todos celebramos o nosso aniversário. O país também deveria de celebrar o seu. A Primeira Tarde Portuguesa, a 24 de junho de 1128, marca o nascimento de todos nós, como cidadãos portugueses. Desde essa altura, já passaram 892 anos em que um jovem guerreiro lançou os alicerces daquela que viria a ser uma das mais antigas e estáveis nações do mundo.

Nove séculos depois, o exemplo de Afonso Henriques continua a ser justamente glorificado e recordado pelos Vimaranenses. Que não esquecem as suas raízes. E que Portugal deveria, também, enaltecer elevando o 24 de Junho ao estatuto de feriado nacional. Se o 10 de Junho é já o “Dia de Portugal”, o 24 poderia muito bem ser o “Dia da Fundação”. O Dia Um de Portugal, afinal.

Mais que celebrar uma batalha, o 24 de Junho comemora o nascimento de uma nação, corporizada na determinação de um jovem príncipe que, pelo poder do exemplo, construiu um futuro de independência e de forte identidade nacional. Com engenho, coragem e um férreo sentimento do dever coletivo, é possível transformar as fraquezas em forças, galvanizar vontades e aspirações, criando um sentimento nacional que perdura até aos nossos dias.

Guimarães sempre soube estar à altura desta herança e deste exemplo. Nove séculos depois, mudam as batalhas, mas não mudam os desígnios coletivos e a capacidade de nos unirmos. Em torno de um ideal. Em torno de um objetivo. Em torno de Afonso Henriques e da sua estátua, que há precisamente 80 anos (maio de 1940) foi transladada do Toural para o Monte Latito, onde está há oito décadas ao lado do Paço dos Duques.

Nesse mesmo ano, pouco tempo depois, a 19 de junho de 1940, Guimarães tinha a sua primeira Vila oficialmente decretada. A Vila das Taipas, que abraça o rio Ave, capital da cutelaria, conhecida pela sua estância termal, é também hoje a Vila da dimensão cultural e artística das suas associações, da qualidade de ensino que inspira a sua renovada escola EB2,3. É também a Vila que partilha o polo estudantil do IPCA, o científico “Grupo 3Bs” e o futuro Instituto Cidade de Guimarães. E é, ainda, a Vila que, em breve, receberá uma profunda intervenção urbanística na sua centralidade

Todos gostamos de fazer anos! E há mais seis vilas de Guimarães que no próximo fim de semana estão de parabéns. Ponte, Moreira de Cónegos, Pevidém, Lordelo, Serzedelo e São Torcato obtiveram o estatuto de Vila há 25 anos. São, também, o orgulho de Guimarães e das suas gentes. Como também é a Vila de Ronfe, que completou 21 anos no passado dia 13 de maio, ou a Vila de Brito, que celebrou o seu 19º aniversário no dia… 19 de abril.

Guimarães orgulha-se de ter um território com pessoas abnegadas e de ter Presidentes de Junta que se dedicam de corpo e alma aos seus projetos. Que estão com as suas populações e têm um olhar cirúrgico sobre a realidade. Que conhecem os seus problemas e que tudo fazem para os solucionar, intervindo com acuidade e desvelo no progresso das suas freguesias e, por inerência, de Guimarães.

Servir uma população constitui uma oportunidade única de beneficiar uma Comunidade com espírito de missão, sentido de responsabilidade, em prol do bem comum, sempre em estreita colaboração com o Presidente do Município, no desenvolvimento de novas ideias e de obras estruturantes para as suas pessoas. Bom feriado de Dia Um de Portugal.