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Vítor Oliveira
Opinião \ quinta-feira, outubro 10, 2019
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Quem tenha sido escuteiro sabe ser um melhor profissional. Conhece bem o que deve ser um verdadeiro espírito de equipa. Sabe isto e muito mais.

Guimarães vai receber este fim de semana a abertura do Ano Escutista 2019/2020, onde estarão presentes cerca de oito mil escuteiros da região pertencentes a 196 agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas. O evento, promovido pela Junta Regional, com a colaboração da Junta de Núcleo de Guimarães e o apoio da Câmara Municipal de Guimarães, decorrerá no Multiusos e no centro da nossa cidade.

Esta constitui, pois, mais uma oportunidade para disseminar e robustecer a agenda vimaranense da defesa dos valores da sustentabilidade, do equilíbrio entre ambiente, sociedade e economia. Uma cartilha que promove uma eco-cidadania exigente e renovadora, a fim de deixarmos um mundo ambientalmente sustentável às gerações vindouras, tal como defende Baden-Powell, o fundador e percursor do escutismo.

Esta é a missão de quem está voluntariamente na causa pública. Este é o espírito de quem promove os ideais escutistas da fraternidade, do sentido dos outros, do respeito pela natureza e da busca da felicidade. De quem procura vivê-los enquanto cidadão, mas também enquanto escuteiro que os desenvolve e os interioriza. Afinal, o escutismo é um movimento com mais de 100 anos que continua a seduzir jovens em todo o mundo…

Em Guimarães, as Brigadas Verdes são alicerçadas no trabalho incansável e altruísta de protagonistas dedicados à preservação da natureza. Jovens e adultos que fazem da floresta o seu lar quando montam um acampamento com vistas para o nascer do sol e fazem do céu o seu teto quando a noite ameaça cair. Não há frio. As fogueiras são o candeeiro de um espaço exemplarmente cuidado, onde todos desejam ardentemente participar.

Sim, o escutismo é uma das melhores escolas que a vida nos proporciona. Soa a cliché, eu sei, mas é a mais crua das verdades. É um orgulho andar de lenço debruado ao peito e deambular com um acessório pendurado nas meias, a que se convencionou dar o nome de jarreteiras. No geral, os escuteiros não são melhores pessoas que as outras! Mas, têm seguramente o potencial individual para o ser. Ser escuteiro não é vestir uma farda! É, antes de mais, conhecer melhor o ser humano e a sua presença no meio que o envolve.

Quem tenha sido escuteiro sabe ser um melhor profissional. Conhece bem o que deve ser um verdadeiro espírito de equipa. Sabe isto e muito mais. A leitura de um currículo de uma pessoa que tenha sido escuteira garante que tem, desde logo, algumas competências-chave para o mercado de trabalho. É criativo e tem o dom de improvisar. Sabe definir objetivos e avaliá-los. É compreensivo e aprecia o esforço. Está habituado a programar e respeita a palavra. Sabe liderar e ser liderado.

Afinal, desde os 6 anos que tem prática e experiência em tomar decisões e a trabalhar em vários projetos ao mesmo tempo. Em alguns, foi líder e em outros foi liderado pelos seus companheiros. Quando lidera, fá-lo com consenso, colocando-se na pele dos outros. Quando é liderado, trabalha em conjunto com respeito, promovendo a coesão.

O escuteiro não é só leal. Ele sorri para as dificuldades e esforça-se para conseguir o que quer. Resolve com bravura. Sabe fazer “coisas”. E fá-las religiosamente bem. Ao entrar-se para os Escuteiros, não se entra apenas para o Agrupamento nem para o CNE. Entra-se para um movimento mundial que hoje conta com cerca de 28 milhões de membros em mais de 160 países e territórios do mundo. Sim, vale a pena. A sério que vale. Palavra de escuteiro.