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Indústria da Cutelaria e a incerteza provocada pelo comportamento de Trump

Manuel António Silva
Opinião \ quinta-feira, maio 08, 2025
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Há quem chame a atenção para o perigo do mercado europeu se tornar apetecível para a China e, ao mesmo tempo, a oportunidade do mercado europeu ganhar escala nos Estados Unidos.

É já um tema recorrente e ao mesmo tempo difícil de abordar pela incerteza e, principalmente pela imprevisibilidade do seu ator principal – Donald Trump.

A indústria da cutelaria é a mais representativa do nosso meio e, por isso, fomos tentar perceber até que ponto as tarifas às importações da União Europeia impostas pelos Estados Unidos estão a mexer com o setor e com o dia a dia das empresas.

Contudo, tendo em conta o maior peso dessas tarifas nas transações entre a China e os Estados Unidos, há quem chame a atenção para o perigo do mercado europeu se tornar apetecível para a China e, ao mesmo tempo, a oportunidade do mercado europeu ganhar escala nos Estados Unidos.

Uma faca de dois gumes.

Preocupação e estratégia generalizada entre os contactos que realizamos é a de aumentar e diversificar os países para onde exportar e de variar geografias que não façam depender as empresas de um leque restrito de clientes.

 

Portugal (e Espanha) esteve no passado dia 28 de abril sob um apagão elétrico que deixou o país sem luz, no caso das Taipas, durante mais de 12 horas. Pedi um café numa esplanada local perto das 11h30 e a menina regressou com um pedido de desculpa por não me poder servir dado que tinha falhado a luz. Situação normal, não fosse nos minutos seguintes e de forma rápida entre os meus contactos e consulta das redes sociais e outros meios online, ir recebendo notícias da mesma circunstância em Guimarães, Braga, Porto... afinal é em todo o país... e também em Espanha... e França e já ia em toda a Europa até que começou a surgir informação a desmentir o empolamento (e as teorias das conspirações – sabemos nós agora que o foram e ainda bem. Ufa...) a que a situações tinha chegado em poucos minutos após o apagão geral. Sensivelmente uma hora depois, já não tinha dados móveis. Só mais tarde fiquei privado de comunicações móveis. Tudo isto num espaço de poucas horas. Trabalhar não dava. Jantar, foi o que se arranjou (não me posso queixar) e no fim ainda tive direito a um café expresso (que me soube pela vida) tirado pelo meu vizinho com a máquina ligada à bateria do seu Jipe. Isto numa altura em que as notícias na rádio já davam nota que a reposição da normalidade já não demoraria muito. O que, convenhamos, ajudou a baixar os níveis de ansiedade. Até porque em determinada altura do dia se chegou a falar em 3 dias para normalizar a situação. Em cima da meia-noite regressava a luz para um sono descansado.

Passado uma semana, apesar de se saber que o apagão teve origem em Espanha, desconhece-se a sua causa. Acabou bem mas, dá que pensar!