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Fazer diferente!

Maria Helena Soeiro
Opinião \ quinta-feira, março 22, 2018
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Durante quatro anos, assistimos a sucessivos anúncios da data da apresentação formal da Carta Educativa Digital: maio de 2014, setembro de 2015, 13 de fevereiro de 2016… estamos em março de 2018!

Aproveitando este espaço de partilha com os leitores do jornal Reflexo, retomo um tema que tenho abordado várias vezes ao longo dos últimos quatro anos, pela importância de que se reveste na determinação das políticas educativas do concelho: trata-se da atualização ou, melhor dizendo, da falta de atualização da Carta Educativa de Guimarães, porque a Câmara continua a utilizar como instrumento orientador da política educativa no concelho um documento que data de 2006 e que a Sra. Vereadora da Educação reconhece estar desatualizado, tal como afirmou no início do mandato anterior.

Recordo que, em novembro de 2013, na primeira entrevista que deu a um semanário local, declarou que não pretendia fazer melhor que a vereadora anterior mas, sim, diferente; nessa altura, afirmou que a carta educativa estava desatualizada e que pretendia uma carta digital, dinâmica. Fazer diferente, portanto!

Em 2014, a propósito do encerramento das escolas do 1.º ciclo, insurgiu-se com o governo (leia-se governo da Coligação PSD/CDS), afirmando que a decisão de encerramento não devia pertencer à administração central, mas ao município, e que deviam esperar pela atualização da Carta Educativa, que estaria concluída no mês seguinte (leia-se maio de 2014). Depois dessa intervenção, nunca mais falou na carta educativa, só a referia quando questionada nesse sentido.

Durante quatro anos, assistimos a sucessivos anúncios da data da apresentação formal da Carta Educativa Digital: maio de 2014, setembro de 2015, 13 de fevereiro de 2016… estamos em março de 2018!

Em quatro anos, não foi possível atualizar a Carta Educativa do nosso concelho. Se pesquisarmos “Carta Educativa de Guimarães”, continuamos a encontrar o documento de há 12 anos atrás.

Se foi a própria Vereadora da Educação que considerou, logo no início do anterior mandato, que a Carta Educativa estava desatualizada, e em julho de 2015 afirmou ser esse o instrumento orientador da política educativa, podemos concluir que a Câmara continua a utilizar como instrumento orientador da política educativa no concelho um documento desatualizado, que data de 2006!

Fazer diferente!

Fazer diferente pressupõe, primeiramente, fazer; relativamente à carta educativa, não fez diferente porque não fez nada!