Do teleférico ao metro
Isso tem custos na vida pessoal e profissional, mas também no desenvolvimento socioeconómico.
O Ave-Park é um dos maiores prejudicados neste capítulo, havendo mesmo quem faça a piada que é mais rápido chegar da entrada da A7 ao porto de Leixões do que do Ave Park à entrada da A7, apesar dos 40km que distam os dois percursos.
O inacabado acesso à A11, em Brito, deveria ser algo prioritário para a Câmara Municipal de Guimarães, dado que se apresenta como uma solução para este problema. No entanto, vão-se passando os anos, vai-se perdendo o fulgor do Ave Park e nada é feito, nenhuma solução se vislumbra.
Mas pior que o condicionamento no desenvolvimento do Ave Park e na indústria na zona norte do concelho é mesmo a limitação que traz à vida quotidiana dos vimaranenses. Almoçar em casa, levar os filhos à escola, ir ao banco são, muitas vezes, tarefas rotineiras que se transformam em dramas na vida destes. Perde-se a paciência, o tempo e muitas horas de convívio familiar nas filas de trânsito em Guimarães. E que soluções temos? Tantas e, na verdade, nenhuma. Já se propôs até um teleférico que ligasse a Vila das Taipas ao centro de Guimarães (um possível devaneio natalício).
Agora, estuda-se uma ligação sobre carris a Braga. Mas poderia esse trajeto privilegiar a Vila das Taipas? Permitiria que, quer fosse para Guimarães ou para Braga, o Taipense pudesse usufruir do transporte público e ainda reduzir o tempo de deslocação? Anuncia-se 10 minutos de Guimarães a Braga, mas estaria a Vila das Taipas a 5 minutos de cada uma das cidades? Seria uma revolução, de facto. Pensar que a Vila das Taipas podia servir de “porta-giratória” para todo o norte do concelho traria uma nova importância a esta vila. E como uma coisa leva à outra, imaginem o desenvolvimento habitacional e tudo o que ele promove. Esta solução transformaria a Vila das Taipas numa periferia das duas grandes cidades.
Estas são duas soluções de mobilidade já encontradas, discutidas e validadas, que apenas precisam de vontade política para serem implementadas. Os ganhos são enormes e são para todos!
E nem submeto à equação a já Socrática linha de alta velocidade e a promessa de viagens de pouco mais de 20 minutos entre Braga e Porto.
Basta refletir um pouco para facilmente perceber que estas soluções contribuiriam para a diminuição de veículos a circular nas principais estradas e, consequentemente, dos tempos de deslocação e para o término das longas filas na cidade de Guimarães.
Nada disto estará pronto antes de novas eleições autárquicas, mas, venha quem vier, em 2025, será imperativo que o atual elenco camarário meta os pés ao caminho…