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Acrescentar Futuro

Júnio Castro
Opinião \ sexta-feira, julho 26, 2024
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É tempo de valorizar o papel dos jovens para a construção de um concelho dinâmico e inovador, desenvolvendo e reforçando a ligação entre a Universidade do Minho, o Município e as Empresas Vimaranenses

Nos últimos tempos, tenho abordado o tema dos jovens vimaranenses. Poderia, por isso, falar hoje de um novo tema, mas a pertinência do assunto é tão relevante que voltar a reforçar a temática nunca é demais.

Ora se por um lado é geralmente reconhecida a importância dos mais novos na participação das causas públicas, por outro lado torna-se urgente que este reconhecimento seja repercutido em medidas que coloquem os jovens e os seus problemas no centro das políticas municipais. Investir nos jovens é investir no futuro, é apostar na inovação e no progresso.

Guimarães é hoje um concelho sem dinâmicas e pouco atrativo para os jovens. Um concelho estagnado e sem visão de futuro. Durante anos, os jovens deixaram de estar representados nas políticas municipais e a ausência de propostas e da valorização do papel jovem em Guimarães, tornou o nosso concelho pouco estimulante e atrativo para quem vive e para quem nos visita.

É tempo, por isso, de despertar e transformar Guimarães num Concelho atrativo para os jovens estudarem, trabalharem e viverem. É tempo de criar as condições para a fixação e atração de jovens talentos, nomeadamente os que saem das nossas instituições de ensino superior. Para isso temos de construir e implementar, em conjunto com estes, uma política de juventude transversal, que afirme como prioritária a implementação de programas que visem a criação de oportunidades para garantir a autonomia e emancipação da juventude, em contexto de qualidade.

Desta forma, um dos setores chaves para esta valorização emerge na tripla ligação entre a Universidade do Minho, o Município e as Empresas Vimaranenses. Guimarães tem no seu território um dos polos universitário mais conceituados do país. Neste polo está sediada a Escola de Engenharia, e quase todos os seus cursos, mas também a Escola de Arquitetura e alguns cursos da Escola de Ciências e do Instituto de Ciências Sociais.

O fraco vínculo entre a Câmara Municipal e as empresas é observável através da falta de investimento nas infraestruturas destinadas às áreas empresariais ou da falta de uma estratégia de diversificação municipal do tecido económico. Torna-se indispensável, neste setor, a promoção de oportunidades relacionadas com as novas áreas de negócio, áreas essas que não conseguem encontrar oportunidades no concelho e são obrigadas a deslocarem-se para concelhos vizinhos mais bem preparados.

 Esta ligação é, deste modo, de importância extrema, quer pela difusão do conhecimento pelas nossas empresas, quer pela atração de novas empresas, nomeadamente tecnológicas, para a captação de talento qualificado que todos os anos saem da universidade. Além disso, esta conexão entre entidades promove o empreendedorismo jovem tão relevante nos dias de hoje.

Esta é, sem dúvida, uma área muito sensível do nosso município. Tardamos em aproveitar o valor acrescentado que esta ligação tripla pode dar ao nosso concelho, mas acima de tudo, que pode dar aos jovens a possibilidade de conseguirem em Guimarães realizar o seu projeto profissional e pessoal.