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Coelho Lima: “Único compromisso do Governo” para via do Avepark é de 2017

Tiago Dias
Política \ segunda-feira, junho 19, 2023
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O deputado do PSD duvida das certezas quanto ao financiamento da via, já que a projeção acima dos 40 milhões supera os 18,4 milhões do protocolo de 2017. E defende alternativa intervindo na EN101.

O investimento na projetada via do Avepark pode ascender aos 45 milhões de euros – cerca de 40 para obras e cinco para aquisições de terrenos -, um valor que supera os 18,4 milhões de euros inscritos no protocolo entre a Câmara Municipal de Guimarães e a Infraestruturas de Portugal (IP) para a construção da estrada, assinado a 16 de março de 2017. De visita a Guimarães, o deputado André Coelho Lima, do PSD, vincou esta segunda-feira que o Estado não estabeleceu qualquer outro compromisso oficial para a via do Avepark desde então, duvidando, por isso, de que o financiamento para a obra, tal e qual ela está agora orçada, esteja garantido, quer através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), quer através do Orçamento de Estado, como inicialmente, ao abrigo do Plano de Valorização de Áreas Empresariais.

“Não existe um compromisso sólido de nenhum membro do Governo com afetação de verbas para esta obra. O único compromisso sólido do Governo é a assinatura do protocolo em 2017. Há o compromisso com o orçamento de ainda 18 milhões de euros. De então para cá, não há nenhum compromisso concreto”, frisa o político vimaranense, no âmbito de uma visita a Guimarães de um grupo de deputados do PSD eleitos pelo círculo de Braga. Coelho Lima recusa ainda “pôr em xeque investimentos para Guimarães”, mas lembra que a “única coisa que aconteceu” quanto à via do Avepark desde a assinatura do protocolo foram “burocracias”.

A visita começou precisamente com um encontro com a presidente da Junta de Freguesia de Santa Eufémia de Prazins, a social-democrata Natália Fernandes, que já tem manifestado oposição ao projeto da Câmara Municipal. Após contemplar alguns dos terrenos que podem ser atravessados pela via, o deputado do PSD admite a “intrusão ambiental” do projeto, tal como afirmado pela Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, ao suscitar a invalidade do uso não agrícola daqueles solos junto do Ministério Público, em maio.

O político de 49 anos defende, por isso, que face à eventual “violação ambiental” e a um tal aumento do custo que, possivelmente, faz da via do Avepark “o maior investimento de que há memória em Guimarães”, são precisas “alternativas”. Essa alternativa, a seu ver, é a requalificação da Estrada Nacional 101 entre a cidade e a zona que engloba as vilas de Caldas das Taipas e de Ponte, a segunda mais urbanizada no concelho, defendida, aliás, pelo PSD de Guimarães ao longo da última década, inclusive em algumas das mais recentes reuniões de Câmara. "O objetivo desta via não era a ligação ao Avepark, era a coesão territorial interna. É uma via interna, de fluidez de tráfego e de aproximação de populações dentro do concelho. O que propusemos para a ligação ao Avepark era o acesso à autoestrada em Brito", salienta.