Tiro aos pratos: CC Taipas reavivou tempo em que se atirava no campo pelado

O torneio de tiro aos pratos do Clube Caçadores das Taipas, uma das atividades inscritas no programa do centenário do emblema verde e branco, realizou-se na manhã de sábado, no campo de tiro do Clube Industrial de Pevidém. O evento reuniu 10 atiradores – Artur Piairo, Augusto Fernandes, Duarte Neves, Fernando Castro, Hélder Correia, João Novais, João Paulo, José Dias, José Machado e Rui Gomes -, todos eles com licença para tiro com armas de caça. Com mais pontaria do que os concorrentes, José Machado estilhaçou 38 pratos e venceu o primeiro prémio.

"Acima de tudo, vim pela camaradagem e pelo intuito de ajudar o clube da nossa terra. O prémio é secundário. Vimos aqui para passar uma boa manhã e nos divertirmos. Foi uma manhã em beleza”, realçou o atirador de 49 anos, caçador desde os 15.

Entre as propostas pela comissão do centenário do CC Taipas, o torneio de tiro aos pratos é talvez aquela que mais evoca as origens da instituição, nos anos 20 do século XX, como, aliás, indicia o nome. “Está no próprio nome CC Taipas. Como foi uma modalidade muito praticada nos primeiros anos do clube, era importante recriarmos isso e lembrar um passado que não pode ser esquecido nos 100 anos”, diz ao Reflexo Digital o ex-presidente e membro da comissão, João Pedro Ribeiro.

Concluída a manhã, o responsável crê que fica para a história uma “atividade conseguida”, digna dos “muitos torneios anuais” organizados pelo clube no século XX, alguns deles no Montinho, quando o campo era ainda pelado. “As máquinas eram montadas, fazia-se o buraco, colocava-se as máquinas e depois era reposto o recinto. Num relvado natural ou num relvado sintético, isso é impossível”, acrescenta.

Antes de entregar os prémios, João Pedro Ribeiro mencionou um artigo da edição de 30 de maio de 1937 do Notícias de Guimarães, que anuncia um torneio de tiro aos pombos em Caldas das Taipas, no dia 27 de junho, em homenagem a James Lickfold, atirador que iniciou a sua atividade no CC Taipas e que já tinha, no currículo, uma Taça de Portugal.

O único possível senão do torneio foi o dia em que teve de ser realizado, admite: “Não era um dia muito propício, porque estamos num fim de semana prolongado, mas também não tínhamos muitas datas disponíveis, porque o campo de tiro está ocupado aos fins de semana com provas desportivas. Esta era a única data em que poderíamos ter encaixado o torneio e arriscámos”.

José Machado reconhece também que outra data poderia ter reunido mais gente. “Havia gente que gostaria de estar presente, mas a vida familiar também é importante", referiu o praticante de caça desportiva e membro de uma equipa de caça ao tordo.

Fernando Castro arrecadou o segundo prémio, após 31 pratos partidos, e João Paulo o terceiro, após contabilizar 30.