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Ponte e Taipas com mais de um quarto dos ninhos de vespa a norte

Tiago Dias
Sociedade \ quarta-feira, maio 22, 2024
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Os dois territórios perfazem 29,4% dos ninhos de vespa velutina intervencionados na área noroeste de Guimarães, que, por sua vez, corresponde a 25% das operações realizadas em todo o município.

As intervenções em ninhos de vespa velutina na área noroeste de Guimarães concentram‐se nas vilas de Ponte e Caldas das Taipas, precisamente os dois territórios mais populosos, seguindo‐se a União de Freguesias de Briteiros Santo Estêvão e Donim e a vila de Brito. Das 1.782 intervenções registadas entre 2018 e 2023 nessa área, 524 ocorreram nos dois territórios que se confrontam nos parques das Taipas e da Ínsua (29,4%), apurou o Reflexo após consultar os dados disponíveis numa plataforma interativa da Câmara Municipal de Guimarães. O território noroeste registou assim uma média anual de 297 intervenções, com os anos ímpares a superarem essa fasquia – pico de 384 em 2021, 364 em 2019 e 342 em 2023 – e os pares a ficarem aquém – 173 em 2018, 267 em 2020 e 252 em 2022.

Entre as 12 freguesias, é a mais populosa que lidera quanto ao número de intervenções: com 6.687 habitantes segundo o Censos 2021, Ponte albergou 281 intervenções nos últimos seis anos, com um pico de 71 em 2021 e um mínimo de 23 em 2018. Essa vila de seis quilómetros quadrados foi, aliás, a segunda entre as 48 freguesias e uniões do concelho de Guimarães. Só Lordelo, outra das vilas do concelho, essa a sudoeste, teve mais intervenções entre 2018 e 2023: 288.

Caldas das Taipas segue‐se nessa tabela, ao somar 243 ninhos intervencionados. Com uma população de 6.304 habitantes em 2,69 quilómetros quadrados, a vila termal registou 25 intervenções em 2018 e oscilou sempre entre as 40 e as 48 a partir de 2019: o pico deu‐se precisamente no ano passado. Com 2.024 habitantes, a UF de Briteiros Santo Estêvão e Donim totaliza 172 intervenções, com um máximo de 44 em 2019, e surge acima de Brito, a menos populosa das três vilas (4.774 habitantes), com 154.

A UF de Vila Nova de Sande e São Clemente de Sande é a quinta com mais ações dos Serviços Municipais de Proteção Civil, 149, logo acima da UF de São Lourenço de Sande e Balazar (140), da UF de Briteiros São Salvador e Santa Leocádia (135), de São Martinho de Sande (134) e da UF de Souto São Salvador, Souto Santa Maria e Gondomar (125). As outras três freguesias reuniram menos de 100 ninhos intervencionados: 97 em Longos, 77 em Santa Eufémia de Prazins e 75 em Barco.

Os 1.782 ninhos contabilizados a norte correspondem a 25,5% de todas as intervenções em Guimarães nesse mesmo período: o concelho registou 6.986 ações, com 2019 (1.416), 2021 (1.447) e 2023 (1.419) a destacarem‐se face aos demais anos.

 

Câmara disponibiliza armadilhas para instituições e apiários

Além do formulário para comunicação da existência de ninhos, disponível no seu sítio oficial, a Câmara Municipal de Guimarães está a disponibilizar armadilhas de captura de vespas velutinas a Juntas de Freguesia, escolas, as designadas Brigadas Verdes e apiários ativos no concelho. Podem ser levantadas no Laboratório da Paisagem, de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 19h00. A implementação da rede de armadilhas visa capturar as vespas fundadoras, para assim diminuir a constituição de ninhos e o impacto da espécie invasora em território vimaranense, indica a autarquia, num comunicado divulgado em 23 de abril.

“Este projeto está a ser realizado em colaboração com o Laboratório da Paisagem e tem permitido trazer para a discussão, nomeadamente em contexto escolar, a importância dos polinizadores e do desenvolvimento de uma estratégia local que vise a sua proteção e promoção”, refere a nota.

Reportada pela primeira vez no Norte de Portugal em 2011, a vespa velutina é considerada uma espécie invasora em território europeu. Com uma área de distribuição natural que abarca as regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, passando por Butão, e ainda as montanhas de Sumatra e de Sulawesi, no arquipélago da Indonésia, essa vespa, reconhecida pelas patas amarelas, afeta as populações de abelhas, enquanto espécie carnívora e predadora. Acarreta também riscos para a segurança pública. “Não sendo mais agressivas que a espécie europeia, no caso de sentirem os ninhos ameaçados, reagem de modo bastante agressivo, incluindo perseguições até algumas centenas de metros”, refere o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.