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O que pensam os alunos?

Redação
Educacao \ segunda-feira, julho 27, 2020
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Depoimentos de alunos da Escola Secundária das Taipas sobre o ensino à distância no 3.º período letivo:

Desde o começo desta quarentena, os dias acabaram por ser um grande tédio; senti-me mais desmotivada e sem ânimo; parecia que me tinha tornado uma prisioneira dentro da minha própria casa. As aulas virtuais foram um ponto positivo, mas ao mesmo tempo negativo, porque afetou a aprendizagem e o estágio, que era uma das coisas que eu mais ansiava. (Catarina Leite, 11P4)

A falta de liberdade é o pior que nos pode acontecer, pois foram-nos tiradas muitas das coisas de que nunca pensamos ter de abdicar: ir a escola, não poder estar com os amigos ou os familiares, não poder abraçar, beijar aqueles de quem tanto gostamos,…. Uma outra preocupação é a falta de trabalho que atinge algumas famílias e que por isso se encontram numa situação económica frágil. A falta de dinheiro é cada vez maior e, como tal, há já muitas famílias com dificuldades para adquirir alimentos e outros bens essenciais. (Jéssica Monteiro, 11P4)

Este confinamento não está ser nada fácil: tenho de cuidar de uma casa, de duas crianças e das minhas aulas. Todos os dias tenho de segurar o meu primo para que ele não interfira nas aulas da minha irmã para ver bonecos na televisão, ou então de os separar ou de tirar o mais novo da cama porque ele pode cair e magoar a minha irmã. Eu acabo por me prejudicar, já que sou obrigada a interromper o meu estudo ou para manter a ordem e a calma em casa, ou para ajudar a minha irmã, ou para fazer o almoço, ou para arrumar a casa, ou para fazer compras. Tornei-me uma dona de casa sem tempo para cuidar da minha saúde: todos os dias a mesma rotina para cuidar deles, aproveitando as noites para fazer os trabalhos escolares dentro do prazo. (Joana Rodrigues, 11P4)

Antes do aparecimento do vírus, a minha vida escolar era muito mais simples, menos sobrecarregada e bem mais alegre. A partir do momento em que as escolas tiveram de fechar eu sabia que as coisas dali para a frente não iriam ser as mesmas. No início, nas duas primeiras semanas de quarentena, pensei que os trabalhos que ia fazer em vez das aulas presenciais iam ser poucos, mas estava enganada. Todos os dias entravam no email cada vez mais e mais trabalhos para fazer e ficou cada vez mais difícil gerir o meu tempo; porém, tive de me adaptar com alguma urgência. Estou bastante ansiosa para que este vírus passe e possa voltar para a escola e para a minha antiga rotina. Tenho bastantes saudades de conviver com as pessoas de fora, de rir com as minhas colegas até de ouvir os professores a reclamar. Quando a vida escolar retomar, vai ser um grande alívio. (Sara Silva, 11P4)

Em relação à escola, a parte mais difícil é ter de fazer três ou mais trabalhos por dia, situação que exige uma maior concentração e força de vontade, pois é preciso acordar às 8:00 para ter aulas. Sabendo que estou em casa e podia estar a dormir, é complicado. Mas tenho de ser uma aluna exemplar, por isso todo o sacrifício é pouco. Por falar em sacrifício, tem sido complicado aguentar a minha mãe, pois, como ela também não sai de casa, inventa qualquer coisa para fazer. Por exemplo, decide aspirar no momento em que estou em vídeo aula com algum professor. (Jéssica Santos, 10P2)

Em relação à escola, mudou tudo. Sinto falta da minha rotina de que tanto reclamava, sinto falta das minhas amigas e colegas e sinto falta dos professores. (Joana Amorim, 10P4)

Sem dúvida que não ver os meus amigos é a coisa mais desgastante e desmotivadora. É horrível não ter um abraço deles, um carinho ou até mesmo um bom dia. (Margarida Abreu, 10P2)

Tentei olhar só para os lados positivos. Por exemplo, o facto de eu, a minha família e os meus amigos mais próximos não estarmos infetados; de ter boas condições de trabalho, apesar das dores de cabeça que o ecrã me faz; a sorte de ter pelo menos um bom jardim para apanhar ar fresco e esticar as pernas. (Marta Oliveira, 10P2)

Na minha vida, o Covid-19 mudou o que estava mal para melhor, pois, antes, não falava tanto com os meus pais e o meu irmão como o faço agora, o que me faz sentir muito bem. Há algo que piorou, que é o facto de, agora, não conseguir estar com os meus amigos e familiares mais distantes porque não se pode sair de casa. (Raquel Ribeiro, 10P2)