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“O Clube não existe só quando andamos de mota”. E este magusto mostrou isso

Pedro C. Esteves
Cultura \ quinta-feira, novembro 18, 2021
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O Moto Clube das Taipas promoveu um magusto e juntou aficionados numa tarde cinzenta de sábado. O ajuntamento serviu para lembrar que a "vertente solidária" da comunidade motard não perece.

O dia cinzento não convidada a que “o povo” pegasse nas motas e galgasse quilómetros para se reunir em Caldelas. Ainda assim, o magusto promovido pelo Moto Clube das Taipas teve o condão de juntar “400 a 500 pessoas” no último sábado do mês de outubro. Onde? No recinto da feira semanal, local onde a comunidade pôde reunir-se novamente e sentir de perto o latir comunitário dos motores. Um “convívio” que, segundo o vice-presidente, “fazia falta”. “Tudo foi ao encontro das expetativas”, refere Frederico Almeida.

“Choveu em muitos sítios da zona norte – e quando é assim o povo não arranca. O povo quer vir de mota e não de carro”, explica. No dia do magusto, Frederico era um homem ocupado atrás do balcão. Castanhas, caldo verde e bifanas exigiam serviço de bar eficaz. O vice-presidente mostra-se contente com o “aparecimento de novas pessoas” e destaca que, com o advento da pandemia, novos clubes foram surgindo.

No Moto Clube das Taipas o tempo também é de renovação, no entanto, a luta é a de sempre: mais apoios. “A direção é nova, agora sou vice-presidente, continuamos com algumas dificuldades ao nível dos apoios, que são mínimos. Perdeu-se alguns sócios, a pandemia dificulta o pagamento de quotas”, sintetiza o membro da organização com 14 anos.

Trabalhar para a comunidade

E é também por isso que o cenário da feira semanal naquele sábado permite dar mais alento para o futuro. Em jeito de parada, as motas mostravam-se e respaldavam quem fazia a festa no recinto coberto. A camaradagem, o convívio ou o crepitar de vozes abafadas pela música, atirou o Moto Clube das Taipas para um cenário familiar – um tempo sem “os imbróglios”, como diz Frederico, provocados pela pandemia.

Ao longo dos anos, altos e baixos, mas impera agora a dúvida se há possibilidade de levar avante uma concentração. “Já tínhamos um certo nome, estávamos num patamar elevado. E o problema é esse, é estar num patamar elevado e com menos gente a ajudar”, explica. Frederico ressalva que as atividades do Moto Clube das Taipas são levadas a cabo “por carolice, por amor à vila”: “Quero é que a vila seja conhecida”.

O Moto Clube vai levando o nome da vila a outras latitude pela mão de ações solidárias – “nestes atos os clubes são muito fortes”, pontua o dirigente. “O pessoal nem imagina. O Moto Clube não existe só quando andamos de mota, temos uma vertente social”. Para aproximar a comunidade do clube, Frederico gostava de ver mais aficionados pelas duas rodas a juntar-se ao clube para o conhecer por dentro. Nas palavras do vice-presidente, “há muitas horas de trabalho, muito stress” para alavancar uma associação que nunca parou.

Frederico Almeida acredita que a nova casa para as associações prometida pela Junta de Freguesia pode contribuir para dotar o clube de mais dinamismo: “Tudo é importante para que esta direção nova vá levando o clube para a frente e pelo caminho certo".