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Novo Circo marca fim de semana cultural em Guimarães

Catarina Castro Abreu
Cultura \ quinta-feira, maio 11, 2017
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Nos próximos dois dias Guimarães vai dedicar o palco do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) ao Novo Circo. Esta área artística, que caiu no esquecimento em Portugal, está a ser revitalizada.

Nos próximos dois dias Guimarães vai dedicar o palco do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) ao Novo Circo. Esta área artística, que caiu no esquecimento em Portugal, está a ser revitalizada e A Oficina é responsável por este trabalho através da participação no programa europeu CircusNext.

Rui Torrinha, programador do CCVF, destaca que o evento “é fecho de um projeto de cinco anos que visou apoiar os autores emergentes do novo circo”, abrangendo “residências artísticas, workshops e open calls com apoio direto à criação”. Foi destas open calls que surgiram sete laureados, dois dos quais protagonizam os espetáculos deste fim de semana.

Às 18h30 de sábado, 13, o Pequeno Auditório do CCVF recebe o primeiro espetáculo deste programa, protagonizado pela artista Iona Kewney que apresenta “Black Regent”, “uma intérprete e criadora que vem da dança e que entra neste mundo do novo circo num espectáculo intenso, de contorcionismo”, explica Rui Torrinha. O segundo espectáculo – às 21h30, o Grande Auditório do CCVF acolhe a criação da Cie du Chaos, “Nebula”, com assinatura de Rafael de Paula – “é mais de contemplação, espacial, viagem interior, mais elegante menos físico mais mental, trabalhar de luz muito forte”.

O European Season of Circus Arts Weekend conta ainda com um Workshop com Rafael de Paula, amanhã, 12, às 18h30. No sábado, o European Season of Circus Arts Weekend abre, às 16h00, com um debate sobre a realidade atual e futura do circo contemporâneo em Portugal. É mais um passo na criação de “um grupo de trabalho para relançar uma série de ações, um cronograma de intervenção, que permita solidificar esse núcleo em Portugal”. Destaque ainda para uma conversa entre o público e os artistas presentes neste programa no final do últio espetáculo, no foyer do Grande Auditório.

Renascer do Novo Circo

A Oficina, de há cinco anos a esta parte, é o único parceiro português no CircusNext, uma plataforma europeia de apoio à criação de Novo Circo. “Aquilo que quisemos fazer foi relançar um olhar ao Novo Circo em Portugal, que desapareceu da programação, desapareceu dos apoios à criação, desapareceu das linhas de apoio da DG Artes”, esclarece, informando que aquela cooperativa municipal vai estar representada na próxima semana num evento da área, em Paris, entre 17 e 19 de maio.

O evento que decorre este fim de semana “é o epílogo do projeto CircusNext” e deverá servir ainda para decidir se as instituições que estão empenhadas em recuperar este modo de expressão artística trabalharão num grupo formal ou se se mantêm a trabalhar de modo informal. “O Sem Rede foi constituído por 13 entidades num tempo em que os principais teatros do país programavam Novo Circo e há bastantes anos essa rede caiu na clandestinidade”, lembra.

Em Guimarães fica “um conjunto de recursos importantes para que esta realidade se torne mais consistente: tornarmos mais abrangente a criação, a formação de públicos e a formação artística”. “Falta fazer trabalho nesta área e apoio aos artistas, que se sentem órfãos nesta matéria. Voltar a meter as mãos na massa porque esta área artística é das mais estimulantes do momento, à qual o país não tem estado atento”, sublinha.

Para Rui Torrinha, “o Novo Circo é das artes mais completas e numa programação forte como a do Centro Cultural Vila Flor, faltava esta vertente para dizer que é efetivamente um dos projetos mais completos do país”. O objetivo é que os teatros que ainda não aderem ao Novo Circo – por este ter ainda uma conotação de “arte menor” – sejam contagiados pela programação do CCVF e de outros espaços culturais parceiros nesta inciativa.

Este responsável termina dizendo que a criação de um novo festival não está em cima da mesa e que o objetivo passa por “potenciar o Vaudeville”, um certame de Novo Circo ao ar livre que acontece em julho entre as cidades de Guimarães, Braga e Famalicão. Este ano haverá residências no Centro Criativo de Candoso durante um mês e há a possibilidade de criar um espectáculo para uma sala fechada.