Molinhas: depois da pandemia, o clube quer saltar para o futuro
Saltar à corda é uma prática ancestral, tanto que identificar o local e o ano da sua origem é tarefa difícil. Não há consenso e há muitas teorias. No entanto, o rope skipping – a modalidade que tem por base o aproveitamento desportivo de saltar à corda – ainda é uma novidade. Se dissermos que se trata exclusivamente de saltar à corda, vamos minimizar aquilo que fazem os Molinhas. Os atletas deste clube taipense não se limitam a saltar à corda; ao gesto adicionam saltos, acrobacias, combinações de habilidades, velocidade e sincronizam os saltos com a música. O rope skipping ainda não é federado em Portugal, não enche estádios nem pavilhões, mas é claro para quem vê que só muitos anos de prática e de treino permitem que os atletas tenham sucesso.
E sucesso é uma palavra que já faz parte do vocabulário do Molinhas – Clube de Rope Skipping das Taipas. A história começou no pavilhão da E.B. 2,3 de Caldas das Taipas. A partir de 2009, um grupo de amigos começou a reunir-se para a prática da modalidade. Uns anos mais tarde, no dia 12 de fevereiro de 2015, formalizou-se aquilo que anteriormente era uma brincadeira de crianças. A história é contada ao Reflexo pela presidente Sandra Freitas, eleita para o cargo nos primeiros dias. Foi assim que, na vila das Taipas, nasceu “o primeiro clube português dedicado exclusivamente ao rope skipping”.
Pandemia tirou do pavilhão metade dos praticantes dos Molinhas
Nos dias que correm, há cerca de 30 atletas a treinar regularmente com o símbolo do Molinhas. Já foram o dobro: “na altura em que paramos, estávamos com 60 atletas filiados, esta época temos 37”. A pandemia – que obrigou o clube a estar parado durante “um ano e meio” – dificultou, entre outras coisas, o processo de recrutamento e “o principal desafio” continua a ser “cativar novos atletas” até porque “a nossa maior fonte de recrutamento são as escolas do primeiro ciclo aqui do agrupamento das Taipas e, com as escolas fecha- das a pessoas externas, falta-nos a nossa base de recrutamento”. Sandra explica ainda que, dos 37 atletas filiados, há alguns que “nem sempre conseguem participar com regularidade nos treinos por causa da vida académica”.
Com a camisola do Molinhas saltam campeões nacionais, europeus e mundiais de vários escalões. E querem continuar a saltar não só para levar o nome das Taipas a paragens nunca antes frequentadas, mas também para “fazer crescer a modalidade”. É esse o objetivo assumido de Sandra Freitas. Reconhece que para o concretizar é também necessário “aumentar o número de atletas”. No que a resultados diz respeito, a presidente do Molinhas – Clube de Rope Skipping das Taipas quer “continuar a fazer o trabalho que tem sido feito” e que fez com que se destacassem “como o clube com melhores resultados a nível nacional”. O Molinhas quer continuar a saltar para o sucesso.