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Miguel Matos agradece apoio e pensa voltar a trabalhar na China

Manuel António Silva
Sociedade \ segunda-feira, fevereiro 03, 2020
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Chegaram a solo português, por volta das 21 horas do passado do 2 de fevereiro, concretamente ao aeroporto Figo Maduro, em Lisboa, os 20 portugueses que foram repatriados pelo Governo Português de território Chinês.

Vindos de Whuan, epicentro da epidemia causada pelo coronavírus, os portugueses viajaram com mais 230 passageiros europeus, de 26 nacionalidades, até França num Airbus A380 de onde seguiram para Lisboa a bordo do C-130 da Força Aérea Portuguesa.

Entre os portugueses viajaram 3 vimaranenses, todos elementos da equipa técnica do Hubei Chufeng Heli, clube de futebol que milita na League 2 daquele país. Entre estes, fomos dando nota do estado de espírito do taipense Miguel Matos, treinador de guarda-redes, que foi descrevendo ao Reflexo os momentos que ia vivenciando com toda esta situação.

Já em período de “isolamento profilático”, durante um total de 14 dias, no hospital Pulido Valente e Parque da Saúde, em Lisboa, Miguel Matos, visivelmente mais tranquilo, considerou que a viagem desde a China foi “uma operação monstruosa e complicada. Começou logo com a nossa recolha em nossas casas. Depois disso fomos levados para um hotel onde nos forneceram as primeiras Informações acerca da viagem. Fomos depois para o Consulado Francês, onde se concentraram todas os cidadãos, maioritariamente franceses e de mais 25 nacionalidades. Daí partimos para o aeroporto de autocarro onde fomos devidamente verificados pelas equipas médicas e onde tivemos de passar por vários níveis de despiste. Seguiu-se a viagem para Marselha e depois para Lisboa, no avião da Força Aérea Portuguesa. Chegado a Lisboa tivemos uma consulta médica, com os devidos testes de despiste, com resultados, felizmente, todos negativos”.

Sobre a forma com decorreu toda a operação, Miguel Matos tece rasgados elogios à diplomacia e Governo portugueses aproveitando mesmo para publicamente “agradecer a toda embaixada portuguesa em Pequim e ao Governo por tudo que fizeram para que pudéssemos sair de Wuhan. O tratamento e a receção, quer no aeroporto, quer aqui no hospital, foi muito bom”.

Quanto ao futuro, Miguel Matos não tem dúvidas que passará pelo regresso à China. “A minha ideia é claramente voltar à China e mais precisamente à cidade de Wuhan, onde faço aquilo que gosto e onde me dão ótimas condições de trabalho”. Mas, ressalva, “só quando a situação estiver completamente ultrapassada”.

Até meados de fevereiro, Miguel Matos e os restantes portugueses que foram repatriados de Wuhan vão permanecer, de forma voluntária, em quarentena, no hospital Pulido Valente, período em que receberão duas visitas médicas diárias. Nestes dias de isolamento não poderão receber qualquer tipo de visitas. Miguel Matos diz que “agora é esperar que este tempo de quarentena passe para poder desfrutar, com a minha família e com os meus amigos, bons momentos. Aproveito ainda esta oportunidade para agradecer a todos os taipenses o apoio que me deram com a certeza que nos vamos ver brevemente”.

Segundo o balanço mais recente do Governo Chinês, o coronavírus já causou, pelo menos 362 mortos e mais de 17 mil casos, em toda a China.