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Secundária das Taipas assina protocolo que formaliza torneio de retórica

Redação
Educacao \ quarta-feira, março 22, 2023
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Documento envolve ainda as outras três secundárias do concelho de Guimarães, a Câmara Municipal e a ASMAV, dando corpo à edição decorrida em 2022, com final no Teatro Jordão.

Depois de um torneio de retórica que, em 2022, reuniu 1.350 estudantes de 56 turmas do 11.º ano das quatro escolas secundárias do concelho de Guimarães, essas mesmas unidades de ensino reuniram-se nesta terça-feira para institucionalizarem esse projeto idealizado pela Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense (ASMAV) e apoiado pela Câmara Municipal de Guimarães.

O diretor da Escola Secundária de Caldas das Taipas (ESCT), Celso Lima, esteve presente na sede da ASMAV, assim como os representantes da Escola Secundária Martins Sarmento, Ana Maria Silva, do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda, Rosalina Pinheiro, e da Escola Básica e Secundária Santos Simões, Benjamim Sampaio, para vincularem doravante os respetivos estabelecimentos à realização da atividade.

Depois da assinatura do protocolo, quatro dos alunos presentes na edição de 2022 recordaram a sua participação, com Edna Leitão, da ESCT, a “agradecer a oportunidade” de “trabalhar em equipa” e de “evoluir o pensamento” a “falar de coisas da vida real”, fora da sala de aula, sem deixar de questionar a relevância de “coisas dadas como adquiridas” como exames nacionais e quadros de mérito. “Num mundo com tantas cores e opiniões, percebemos que nada é a preto e branco. (…) Mais do que nunca, é importante ensinarmos aos jovens desde tenra idade a formularem as suas opiniões, mas a respeitarem as do outro”, defendeu.

Pela Secundária Francisco de Holanda, Bruno Baião enalteceu as “competências ao nível do improviso e da argumentação” que ganhou ao discutir temas como legalização de drogas, criação das forças armadas europeias, produção de energia nuclear ou tributação dos lucros os benefícios, enquanto Francisco Novais, da Santos Simões, relatou a necessidade de estudar geografia, economia ou história para preparar os debates, sendo um estudante de Ciências & Tecnologias. A aluna da Secundária Martins Sarmento, Catarina Mesquita, vincou que o torneio, onde certos intervenientes tiveram de “defender posições” que não eram as suas, a fez “aprender a ver o outro lado” e a “abrir horizontes”.

 

Torneio requer continuidade para ter “impacto social”

O presidente da ASMAV, Francisco Teixeira crê que o “empenho” e a “surpreendente alegria” expressa pelos alunos durante o ano passado, até à final de 24 de outubro, no Teatro Jordão, demonstra o “impacto psicológico e cívico” do torneio em quem nele participou, mas os efeitos a longo prazo dependem da sua continuidade, observou.

“A iniciativa gera impacto psicológico e cívico nas suas vidas, mas só terá impacto social e na escola se tiver continuidade. É importante que os hoje alunos do 9.º ano saibam que podem disputar este torneio quando chegarem ao ensino secundário”, disse.

O também professor de filosofia na Escola Secundária Francisco de Holanda agradeceu o trabalho dos professores e dos colaboradores da ASMAV e defendeu que a retórica ajuda a “estruturar uma vida cívica mais democrática”. “Não é brincadeira exporem-se perante centenas de colegas, defendendo, muitas vezes, opiniões que nem eram as suas. A democracia exige força, determinação, mas também abertura ao outro”, completou.

Já a vereadora municipal para a educação afirmou “um orgulho imenso” na “capacidade de argumentação” demonstrada pelos participantes, que, a seu ver, desenvolveram “competências interpessoais”, como a de ouvirem os outros e a de “calçarem os sapatos do outro”. À autarquia, cabe, neste processo, o papel de “facilitadora”, disse. “O papel da Câmara Municipal é de acrescentar valor e não de se substituir às escolas. Tem equipamentos e pode ser facilitador”, referiu.