Hipótese de uma nova via dedicada ao Avepark divide opiniões e territórios
Decorreu na noite de Quarta-feira, 25 de Março, a primeira de uma série de sessões de apresentação e discussão do Estudo de Avaliação do Acesso ao Avepark, que foi apresentado pela Câmara Municipal de Guimarães e elaborado, a pedido desta, pela Universidade do Minho.
O tema fez encher mais de metade do auditório do Centro Pastoral das Taipas. Grande parte dos presentes era proveniente de freguesias por onde passa o traçado de uma das alternativas que se encontra em discussão e que tem levantado maior controvérsia.
Em cima da mesa está a ligação de uma via de dedicada ao Avepark, Parque de Ciência e Tecnologia, localizado na freguesia de Barco, de modo que o acesso deste equipamento tenha uma ligação rápida ao nó da auto-estrada, em Silvares.
Domingos Bragança, presidente do município, conduziu a sessão e começou por dizer que nada está decidido. A via dedicada ao Avepark é o motivo pelo qual a Câmara Municipal poderá conseguir uma comparticipação de fundos europeus, sem os quais não será possível fazer qualquer intervenção. Bragança lamentou que tenha de ser a Câmara a tomar uma iniciativa que caberia à Administração Central.
Em estudo estiveram três alternativas. Uma que previa unicamente a reconversão da EN 101; uma segunda possibilidade que previa uma variante a partir sensivelmente da rotunda em Ponte, junto à ponte sobre o Rio Ave (possibilidade que começou por ser defendida pela coligação Juntos por Guimarães); e uma terceira alternativa que prevê uma nova via, que partiria da rotunda em Fermentões, que dá acesso a Silvares e cujo canal se encontra previsto na revisão do Plano Director Municipal, que está ainda a decorrer.
José Mendes, um dos autores do estudo frisou que as alternativas estudadas no documento correspondem às possibilidades definidas pela Câmara Municipal de Guimarães, não cabendo no âmbito do estudo avançar com a avaliação de novas possibilidades. De acordo com os critérios de avaliação e as conclusões do estudo, a alternativa que melhor serve o propósito da via dedicada ao Avepark é a contrução de uma nova via desde Fermentões.
Entre a plateia surgiram várias intervenções, sendo que, tando deste lado como do lado do painel de oradores, uma ideia permaneceu consensual: qualquer quer seja a solução encontrada para o acesso ao Avepark, a requalificação da EN101 é um desiderato fundamental.
De resto, das intervenções da audiência, que incluíram representantes de associações, autarcas, proprietários de terrenos e outros cidadãos, levantaram burburinho na sala. Por exemplo, quando se tocava no assunto da criação de um nó da auto-estrada em Brito um assunto que remonta à construção do troço de auto-estrada que liga Guimarães a Braga.
Houve também manifestações de proprietários e de agricultores cujas propriedades poderão sofrer com a construção da nova via. Ficou claro que em freguesias como Corvite e Prazins (St.ª Eufémia) há questões socio-económicas que serão afectadas, caso se concretize a proposta prevista no canal definido na revisão do PDM, que atravessa áreas de solo de grande fertilidade, estando uma parte significativa classificada como Reserva Agrícola Nacional (R.A.N.) ou Reserva Ecológica Nacional (R.E.N.).
Domingos Bragança reiterou o que havia declarado à entrevista do Reflexo, ainda antes de o estudo ter sido publicado. O presidente da câmara confirmou que pretende avançar com um Estudo de Impacte Ambiental e que a via, caso se avance, terá acessos locais no seu percurso.
Tirando a questão da abertura de um novo nó na auto-estrada em Brito, a que José Mendes atribuiu uma probabilidade nula de se poder concretizar, de fora do debate ficaram outras soluções, nomeadamente aquelas que foram apresentadas no dia 24 de Março pela coligação Juntos por Guimarães. Estas apenas apareceram no final da sessão, quando à saída do auditório, era distribuída uma folha A4 com as ditas alternativas.
O debate seguirá dentro de dias, na próxima Terça-feira, 31, em Ponte; e no dia seguinte em Barco.