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Guimarães Jazz: maratona de 13 concertos em 10 dias consecutivos

Paulo Dumas
Cultura \ quinta-feira, novembro 08, 2018
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O jazz tem poiso certo na cidade de Guimarães no mês de novembro. O festival de jazz mantém o seu trajeto, afirmado ao longo dos últimos 27 anos. Segundo o programador Ivo Martins, este é um projeto em permanente construção, daí a aposta em novas soluções.

É uma das novidades introduzidas no program de 2018 do Guimarães Jazz - propõe-se um total de 13 concertos durante os dez dias em que decorre a 27.ª edição do festival de jazz de Guimarães.

Ivo Martins, o diretor artístico do festival desde 1995 argumenta que  este se assume como um projeto que se vai construindo e é nesse sentido que justifica a opção de este ano alargar a oferta do programa, eliminando o interregno que havia nas edições anteriores, entre a primeira e a segunda semana do festival. Desta forma, deverá manter-se em permanência a dinâmica que o evento traz à cidade.

Estes dias que foram acrescentados ao cartaz permitem, segundo o programador, colmatar algumas lacunas que iam sendo identificadas nas últimas edições do Guimarães Jazz. Uma dessas lacunas diz respeito à aposta em projetos novos, com jovens músicos em ascensão. O  festival passará ter espaço para a apresentação de projetos europeus, com a importância crescente que o jazz europeu tem vindo a conquistar no contexto do jazz internacional. O alargamento dos dias de festival permitirá ainda dar palco aos músicos portugueses, onde tem já sido enquadrada a parceria que o festival vem mantendo com a editora e promotora Porta Jazz.

Já vem sendo registo do Guimarães trazer à cidade durante o mês de novembro nomes incontornáveis do jazz internacional. São disso exemplo Dave Holland, que está com Chris Potter no grupo AZIZA (na foto) e que abrirá o festival, Greg Osby, Dave Douglas, Bill Laswell ou Avishai Cohen são exemplos de alguns desses nomes.

Em destaque está a apresentação de "Cartas Brasileiras" com o quarteto de Léa Freire, que trabalhará com a Orquestra de Guimarães, para revisitar e interpretar esta parte do património musical brasileiro, que integra elementos do samba e do choro num formato orquestral jazzístico, baseado sobretudo nas composições da prestigiada flautista e compositora Léa Freire. Esta será uma nova colaboração da Orquestra de Guimarães no Guimarães Jazz.

Este promete ser um espetáculo especial, na medida em que os arranjos para as composições de Léa Freire estão a ser escritos para que a orquestra tenha uma presença preponderante no espetáculo, que quebra um pouco com o que habitualmente é associado a um concerto de jazz. Para Ivo Martins, torna-se importante quebrar rotinas, sobretudo num trajeto que leva já 27 anos.

Além dos concertos das oficinas de jazz que são elementos de continuidade nestes dias de jazz em Guimarães, destaca-se também a passagem do jazz pelas escolas do concelho de Guimarães. Esta foi a forma encontrada para aproximar o género musical de uma camada da população mais jovem e em formação, promovendo a captação de novos públicos para o jazz em Guimarães.