Gaspea gravaram novo trabalho na Escola do Rock
O balanço da passagem dos Gaspea pela Escola do Rock, em Paredes de Coura, não podia ser mais positivo para a jovem banda taipense. Uma das três bandas selecionadas a nível nacional passar uma semana neste projeto promovido pela Câmara Municipal de Paredes de Coura, o grupo taipense admite que o crescimento foi enorme com esta experiência. “O balanço é positivo, tratou-se de uma experiência muito enriquecedora na qual fizemos vários workshops e ensaiámos”, começa por atirar Rui Gonçalves, vocalista e guitarrista dos Gaspea. O mote para uma conversa com os três elementos da banda, que dão conta ao Reflexo do trabalho desenvolvido e das aspirações futuras.
De Paredes de Coura os músicos absorveram uma série de conceitos e informações práticas sobre a forma de gerir uma banda e os passos a dar. Não só de música se fez a semana da Escola do Rock, mas também do conceito de grupo musical em que os Gaspea puderam conviver com nomes cotados do panorama nacional. “Deram-nos vários conselhos do que devemos fazer e o que não devemos fazer; como é que se publica as músicas, quando é que se deve publicar e coisas do género. O projeto divide-se em Escola do Rock e depois as bandas residentes. A Escola de Rock tem uma turma, em que tem lá os alunos que se inscrevem e pagam pela semana que lá estão. Depois tem as bandas residentes, em que foram três escolhidas e nós fomos uma delas. Quando chegámos lá estávamos um pouco à toa, logo no primeiro dia tivemos um concerto”, conta o baterista Miguel Freitas. “É verdade, chegámos lá e tivemos logo de tocar após o jantar, foi uma espécie de introdução das bandas residentes”, sublinha Rui Gonçalves, acrescentando que lhes foi proporcionado um espaço para fazer ensaios.
Pandemia cancelou concertos
Tal como para a maioria dos artistas, apesar de uma banda ainda a dar os primeiros passos, os Gaspea viram-se confrontados com alguns dissabores inerentes à pandemia. Iriam estar na abertura do Festival de Paredes de Coura, por exemplo, algo que não se chegou a concretizar. “Falámos com eles na Escola do Rock e o feedback que nos deram foi positivo. Disseram-nos que tinham altos projetos para nós, muitos concertos estavam para vir, mas com a pandemia não aconteceram. Normalmente é a Escola do Rock que abre o festival, mas com isto tudo não sabemos como ficou.
Talvez seja um adiamento, vamos ver”, diz Miguel Freitas. “Somos uma banda jovem, a mais jovem que lá estava. Saber que era possível tocar nestes palcos abriu-nos apetite, é obvio que estamos tristes, mas ainda pode acontecer atira”. Uma ideia compartilhada por Jota, baixista da banda, que se recusa a baixar os braços. “Ninguém teve responsabilidade nisto da pandemia nem no passo que não demos e que eventualmente podíamos ter dado. Nada impede que ainda venha a acontecer, por isso temos de continuar a evoluir e a trabalhar”, sustenta.
“Ser Quem Sou” é a “princesinha” que nasceu em Paredes de Coura
Fruto da estadia em Paredes de Coura, na Escola do Rock, os Gaspea gravaram aquele que é o seu primeiro trabalho original, o single com o nome “Ser Quem Sou”. Um tema que há muito estava pensado, mas que ganhou forma num contexto profissional e com um grande nome a servir de suporte. Manuel Reis, um dos nomes fortes da música nacional, acompanhou os Gaspea pelo que o novo tema foi produzido, misturado e masterizado por Manuel Reis, algo que eleva a qualidade do trabalho produzido pela banda taipense.
“Foi a primeira experiência que tivemos em estúdio, ainda por cima com um grande produtor como o Manuel Reis. Como somos uma banda muito inexperiente estávamos muito nervosos, não queríamos fazer o Manuel Reis perder tempo. Sabíamos que só tínhamos dois dias para gravar, por isso aquilo tinha de ser mesmo certinho, não podia haver falhas. Ao primeiro foi difícil, falámos com ele, que nos deu várias dicas. Ajudou-nos a melhorar muito a música”, revela o baterista da banda. Os conselhos, esses, foram absorvidos na íntegra, como dá conta Jota: “o Manuel Reis disse-nos que éramos muito inexperientes, e que essa inexperiência se notava muito durante as gravações. Mas também disse que temos pernas para andar e, se trabalharmos, podemos chegar longe. Deu-nos muitos conselhos, para ouvir muita música, vários estilos, para não ficarmos presos a só uma banda. Aconselhou-nos a ter muita paciência”.
“Ser Quem Sou” é, então, a “princesinha” dos Gaspea, gravada num contexto em que a banda sentiu que foi, naquela semana, “uma banda a sério”, abrindo-se assim o apetite para mais. Assim o permita a pandemia, uma vez que já atrasou o suficiente um salto que, quem sabe, poderia estar a ser dado neste momento pela jovem banda taipense. “Somos uma banda pequena, mas tínhamos alguns concertos. Alguns no Porto, em Espanha – Vigo, o que a ajuntar aos concertos da Escola do Rock seria um grande salto para nós”, atiram Miguel e Rui quase em uníssimo. Mas, esmorecer não é o caminho e os Gaspea querem continuar a lançar-se no mundo da música, criar mais temas e continuar a divulgar o single “Ser Quem Sou”.