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Do nada, a Petanca cresceu com “orgulho” nas Taipas: Quer campos cobertos

Bruno José Ferreira
Desporto \ sexta-feira, janeiro 27, 2023
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Clube de Petanca das Taipas completou quinze anos. António Araújo é presidente há uma década e, olhando para trás orgulha-se do trajeto que foi, e continua a ser, feito. Há ainda margem para sonhar.

Um clube que “já deu muitas voltas” completou recentemente década e meia de existência. O Clube de Petanca das Taipas, que surgiu em 2007 quase que por brincadeira no Parque de Lazer das Taipas, na margem do rio Ave, juntou 65 pessoas à mesa para soprar as velas do 15.º ano da coletividade, mostrando assim a sua vitalidade. Na realidade, a petanca começou a jogar-se – importada por emigrantes – em 2001, mas apenas em 2007 se constituiu oficialmente o clube para que os atletas pudessem participar nas provas federadas.

António Araújo está na liderança desde 2012, já lá vai uma década. Com a propriedade de quem é presidente em dois terços da história do clube, fala em “orgulho” no caminho percorrido até agora. “O clube já deu muitas voltas desde o início, desde que começou. De início não tínhamos nada, mas com o nosso trabalho e com vários apoios que vamos tendo, da Câmara Municipal de Guimarães, da Junta de Freguesia de Caldelas e da Taipas Turitermas, criámos uma sede, a nossa sede, somos um clube já federado, que não éramos no começo, e podemos dizer que temos bastantes atletas federados a jogar neste momento”, expõe ao Reflexo no jantar de aniversário.

Com quinze campos para a prática da petanca, localizados ao lado do Pavilhão Polidesportivo das Taipas, a sede é logo ali ao lado. “Temos uma sede a funcionar – funciona muito bem – que dá gosto ver. É uma sede que se pode ver, no parque, onde recebemos muita gente. Temos lá muito boas condições, quer para receber quem nos visita como bar, quer para dar apoio ao que for preciso da petanca”, refere, lembrando também as duas carrinhas que levam o nome do clube a todo o lado. “Comprámos recentemente uma carrinha seminova, que nos ajuda bastante nas atividades do clube. Com essa já temos duas carrinhas”, dá conta António Araújo.

Terreno próprio, cobrir os campos. Há sonhos para cumprir

Olhando para o que o clube possui, há um problema. A falta de campos cobertos faz da petanca um desporto quase sazonal nas taipas. “Temos excelentes condições, o único problema é quando o tempo não ajuda”, lamenta António Araújo. “Como os campos não são cobertos, durante vários meses no ano é difícil jogar petanca nas Taipas. Vamos passo a passo, mas gostaríamos de dar uma cobertura àquilo”: está indicado o sonho do Clube de Petanca das Taipas para os próximos anos.

Com 26 atletas federados, dos quais dois são mulheres, proporcionar condições para que a modalidade possa ser praticada todo o ano é um dos pensamentos que paira no seio do clube. “Nem que fosse só dois ou três campos, para se poder jogar no inverno. O grande sonho do clube neste momento era poder cobrir os campos. Já era um sonho, um bom sonho realizado”, desabafa o presidente do clube.

Em cima da mesa está, também, a possibilidade de ter um terreno próprio para poder desenvolver a atividade de forma mais independente. “Gostávamos de arranjar um terreno próprio do clube, para assim poder trabalhar melhor as nossas condições dos campos; já tentámos arranjar, mas fica longe da sede e a realidade é que o povo está habituado a cair ali, a jogar naquele local”. Ou seja, esta ambição de crescer e de construir melhores condições competitivas, esbarra na “beleza” que é poder desfrutar do parque de lazer à beira-rio. “É um sítio central, com estacionamento, perto de tudo. Temos uma beleza muito grande ali, e uma centralidade difícil de arranjar n outro lado qualquer”, destaca.

Torneios para sócios, mas não só: No Campo de São Mamede jogou-se a final da Taça de Portugal

Enquanto sonha alto, com a cobertura dos campos ou a construção e novos, o Clube de Petanca das Taipas continua a organizar torneios para sócios, e não sócios, ao longo do ano, participando com os seus atletas nas provas federadas da Associação de Petanca da Zona Norte

No seu histórico o Clube de Petanca das Taipas conta com a organização de uma eliminatória da Taça de Portugal da modalidade nas Taipas e ainda a organização de uma final da Taça de Portugal no Campo de São Mamede, trazendo a Guimarães um dos principais eventos de petanca do país.

Outro do ex-libris do Clube de Petanca das Taipas é o torneio que normalmente organiza, já com cunho internacional, que atrai às Taipas jogadores – e não só – de vários pontos do país e de países vizinho. Um torneio que apenas não cresce dadas as limitações em termos de espaço. “Não podemos estender o nosso torneio, que já tem caráter internacional, porque não temos condições para muito mais. Estamos limitados em termos de espaço, precisávamos de mais terreno, porque se tivéssemos mais espaço viria mais gente”, aponta.

Há dez anos à frente dos destinos do clube, António Araújo está ainda a pensar no futuro. “Já são muitos anos”, admite, o que o leva a pensar nos próximos passos a nível pessoal. “Ainda estou a pensar se vou continuar ou não à frente do clube. Já são dez anos aqui no clube – são muitos anos – acho que deve aparecer gente nova, com ideias que possam ajudar o clube. Vamos ver daqui para a frente”, remata.

[ndr] Artigo originalmente publicado na edição de janeiro do Jornal Reflexo.