Diretor do Teatro Oficina faz balanço positivo da mostra de teatro amador de Guimarães
Como avalia a forma como decorreu a MAT, no formato adotado este ano?
De modo muito muito positivo. Conseguimos tornar a Mostra mais inclusiva, mais debatida, mais partilhada entre os grupos e com números de público muito interessantes. Acho que temos um bom formato e, mais do que isso, muita vontade de o melhorar e tornar uma festa de teatro. Venha a MAT’18.
De uma forma geral, que comentários lhe merecem os trabalhos apresentados?
Nos três fins-de-semana tivemos propostas muito diferentes e isso é ganho da maior inclusividade deste formato. Foi fácil de perceber a diferença entre grupos com um pendor mais artístico e outros de natureza comunitária e de encontro social. Queremos respeitar o formato dos grupos e melhorar a sua prática. Dos seis espetáculos, quatro foram textos originais criados dentro dos grupos, e a maior parte das propostas estavam alinhadas com tendências do teatro contemporâneo o que diz bem da centralidade do teatro em Guimarães.
Como era formada a composição do júri na edição deste ano?
Os projectos iniciais foram avaliados pelo júri habitual desta mostra: Casimiro Silva, Manuela Paredes e Torcato Ribeiro acompanhados por mim. Durante os fins-de-semana nas freguesias, os espectáculos tiveram a visita dos atores e encenadores profissionais António Durães e Nuno Preto, comigo e com um elemento do júri habitual em cada noite. Na fase final, no CCVF, o júri habitual regressou em conjunto para classificar os espectáculos. Assim tivemos, de fase em fase, muito mais vozes a discutir as ideias, e muito mais emoção também.
Em que é que os trabalhos finalistas se destacaram, o que mais foi valorizado pelo juri?
Merecem comentário os três finalistas, já que foi nítido que estávamos perante os três melhores espectáculos. A escolha do vencedor não foi unânime entre o júri, exactamente como o teatro deve ser. Mas acabou premiado o arrojo, outra característica que, pessoalmente, me agrada muito na arte.
O público respondeu à chamada?
Acima das 1100 pessoas em três fins-de-semana, numa média de 125 pessoas por espectáculo, em espaços muito variados é uma expectativa alcançada mas não duvido que será superado em anos seguintes. Há sempre trabalho pela frente, vamos a ele.