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Há um terreno em vista para o crescimento do parque industrial de Barco

Tiago Dias
Economia \ quinta-feira, fevereiro 23, 2023
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Enquanto novos inquilinos, como a empresa de aparelhos médicos Orthos XXI, se preparam para operar na Gandra, junto ao Avepark, a Junta de Barco quer alargar oferta através de terreno atrás da Leoni.

Fim de tarde de inverno, céu limpo. Trabalhadores irrompem em grupos pela rua, encerrada mais uma jornada laboral. Provêm de uma das dezenas de empresas que operam no parque industrial da Gandra, paralela ao Avepark, em Gandra: ali produzem-se cablagens, artigos de cutelaria, artigos em vidro, estruturas metálicas de serralharia, tapeçarias, cortinados ou vestuário. Há também um restaurante a servir uma área que o presidente da Junta de Freguesia de Barco gostaria de ver crescer, por forma a acolher mais empresas.

Segundo o que perspetiva Luís Pereira, a chave para esse alargamento é um terreno entre as traseiras da maior empresa ali instalada, a Leoni, e as traseiras da empresa de cortinados, Cortitaipas. “Já há projetos para esta zona desde o tempo do Américo Freitas [antigo presidente da Junta de Freguesia de Barco]. Mas como há vários proprietários dos terrenos, é sempre difícil um consenso”, esclarece o autarca ao Reflexo. “O objetivo é aumentar a zona industrial e colmatar alguma falta de estacionamento para empresas como a Leoni, com centenas de trabalhadores”.

Aquele terreno está delimitado por um “caminho vicinal” que a Junta vai alcatroar para o transformar em rua, ainda sem nome, acrescenta. A pretensão já foi, aliás, exposta na reunião de Câmara realizada no Avepark a 13 de outubro de 2022. Uma das justificações para o objetivo então expresso por Luís Pereira foi a da procura de empresas por aquele parque industrial, até face à prometida via dedicada parque de ciência e tecnologia, algo que repetiu ao Reflexo. “Todas as empresas com as quais tenho falado dão parecer positivo à via por causa da acessibilidade à autoestrada”, frisa.

O terreno projetado para a ampliação é, contudo, exterior à área de reabilitação urbana (ARU) de 3,3 hectares delimitada pela Câmara Municipal de Guimarães; segundo um documento publicado em março de 2020, ela abrange os pavilhões numa e noutra margem da estrada principal, que se estende de Barco até ao limite sul da freguesia de São Salvador de Briteiros.

Nessa ficha síntese, o município realça que o parque industrial da Gandra deve “conviver de forma menos contrastante e mais qualificada com o Avepark”; defende, por isso, a requalificação do edificado “em geral” e a criação de passeios, percursos cicláveis e de aparcamento automóvel com lugares definidos, à semelhança do que preconiza Luís Pereira. “Em dias de chuva, isto fica complicado em termos de acessibilidade e estacionamento, com a quantidade de gente que sai dos respetivos turnos”, salienta.

 

Já se vê futura sede da Orthos XXI, empresa de dispositivos médicos

Criada em 1975 na Maia, como Conrado Dias Lda., a Orthos XXI produz equipamentos médicos como auxiliares de marcha ou marquesas de tratamento, tendo-se mudado para o concelho de Guimarães em 1996. Com um polo industrial no Avepark, onde fabrica os artigos, e outra em Santa Leocádia em Briteiros, onde se procede à montagem, a empresa está a construir uma sede na Gandra, já na freguesia de São Salvador de Briteiros, para “ampliar a atividade” de uma empresa que está a “sentir dificuldades com o espaço”, numa fase em que tem 120 trabalhadores. “A nova fábrica, agora em construção, permitirá conjugar ambas as atividades produtivas no mesmo edifício, com inerentes ganhos de eficiência e produtividade”, justifica, em nota enviada ao Reflexo.

Depois de ter encerrado 2022 com um volume de negócios a rondar os 9,5 milhões de euros, a Orthos XXI espera “concluir a obra” em 2023 e vê-la entrar em funcionamento de “modo faseado”, com uma força de trabalho que, “numa primeira etapa”, manter-se-á “estável”.

Apesar de vender “maioritariamente” em Portugal, a Orthos XXI confirma uma “presença crescente em mercados de exportação”, nomeadamente Espanha, Médio Oriente e países africanos de língua oficial portuguesa, e vê a “proximidade ao Avepark” como “estratégica” para a sua “expansão”, até por ter sido a primeira empresa a construir um pavilhão industrial no parque de ciência e tecnologia, entre 2007 e 2008, tendo criado “sinergias” com centros de investigação e empresas spin-off ali instalados.