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Cheias deixam requalificação do Clube de Ténis dependente da APA

Redação
Desporto \ sábado, março 20, 2021
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Projeto original terá de sofrer alterações impostas pela Associação Portuguesa do Ambiente em virtude das cheias que regularmente se fazem sentir no Parque de Lazer das Taipas. Obra não está esquecida, mas os trâmites estão a ser revistos.

A obra de requalificação das instalações do Clube de Ténis das Taipas, situadas no Parque de Lazer das Taipas, está dependente da Associação Portuguesa do Ambiente (APA) para poder avançar. Há sensivelmente um ano foi aprovado pelo município, em reunião de câmara, a atribuição de um subsídio de 145 mil euros para se proceder a uma intervenção de fundo neste espaço, mas a obra não arrancou, sendo a primeira tranche deste subsídio, no valor de 48 mil euros, transferida para este ano.

O projeto prevê a construção de novos balneários junto ao talude da Alameda Rosas Guimarães, um espaço de sede e a criação de um bar de apoio, assim como uma intervenção geral nos courts e na zona envolvente, como é o caso da pérola paralela à Rua Joaquim Pereira Monteiro. Contudo, o projeto inicial esbarra nas exigências da APA, que coloca reservas à intervenção devido ao facto de se tratar de uma zona inundável.

“Esta zona trata-se de uma zona inundável e, como tal, podem estar em risco pessoas e bens, pelo que a APA vai impor condições à execução da construção desta obra, condições que não fazemos ainda a mínima ideia quais serão, mas que pensamos que passarão pelo aumento de cotas, ou muros de suporte de águas. Conforme o projeto estava inicialmente traçado não autorizavam a construção, mas esta obra não está esquecida, está a ser trabalhada, o arquiteto responsável está a tratar do assunto englobando uma equipa de engenheiros que estão a trabalhar em conjunto com APA”, refere José Remísio em declarações ao Reflexo.

Em breve terá lugar uma reunião com a APA, sendo certo que “nos moldes atuais não é autorizada construção”, pelo que a equipa municipal que está com o processo em mãos, liderada pelo arquiteto Ricardo Rodrigues, responsável também pela intervenção na Alameda Rosas Guimarães, vai junto desta entidade perceber as condições para a realização de uma intervenção como a que se se espera realizar. “Apenas depois de reunião com a APA é que daremos o salto para o projeto definitivo, para o licenciamento e construção”, perspetivo José Remísio.

Preocupação paisagística também a ter em conta

De resto, esta foi uma realidade adiantada pelo arquiteto Ricardo Rodrigues na edição de setembro do jornal Reflexo, quando foi abordada a intervenção na Alameda Rosas Guimarães. “Temos grandes problemas nesta zona, que é uma zona de grande sensibilidade por causa das cheias. A APA o que deixa fazer é zero e estamos já a tentar contornar isso há vários anos, mas ainda há menos de um ano [ndr: declarações prestadas em agosto] tivemos uma cheia com 1,60metros, o que torna difícil rebater qualquer argumento.

Estamos a trabalhar com um conjunto de engenheiros do Porto, que trabalham com a APA, no sentido de ver o que se pode fazer. Estamos presos pela água, pelas cheias, e também pelo enquadramento paisagístico porque irá interferir na alameda”, lamentou, na altura, o arquiteto.

A preocupação paisagística é tida em conta por todos, conforme José Remísio também vinca. “É óbvio natural que tem de haver uma preocupação paisagística. O próprio Clube de Ténis das Taipas, esta direção, teve a preocupação de frisar isso, que tem de haver um interesse paisagístico, ainda que os arquitetos saibam perfeitamente isso, que o nosso clube está inserido num contexto muito peculiar”, sublinha.

Noutro âmbito que se reveste de particular importância, o Clube de Ténis das Taipas continua a trabalhar com a Taipas Turitermas o contrato de comodato para que seja possível ao clube ter a tutela do espaço e, dessa forma, realizar a intervenção com o subsídio atribuído pelo município.

“Como se sabe a Taipas Turitermas tem uma nova direção, com quem já estivemos reunidos, que ficou de pensar no comodato. A ideia é, depois, recorrer para outro tipo de situações, para o IPDJ (Instituto Português do Desporto e da Juventude), mas o IPDJ não atribuiu verbas a ninguém sem esta questão, ou ser proprietário do terreno ou ter contrato de comodato.

É disso que estamos a tratar, a ver se conseguimos o contrato de comodato”, atira José Remísio. O avanço da desejada intervenção nos courts de ténis e na zona envolvente está, assim, dependente do parecer da APA para que possa ser redefinido o projeto e posteriormente as obras possam arrancar no terreno.