Carmen: ópera vem ao CCVF para a "construção de um cluster em Guimarães"
A IV edição do Festival de Canto Lírico trará a Guimarães uma das óperas mais populares do mundo, que estreou na Ópera de Paris em 1875. Carmen, de Georges Bizet, é a “âncora” de um festival que, este ano, assume contornes “diferentes”, frisou Francisco Teixeira.
O presidente da Associação Artística Vimaranense – ASMAV referiu esta quarta-feira que o festival se tem desenvolvido com “muitas dificuldades” e “enorme esforço”, mas com “reconhecida qualidade e enorme acolhimento do público”.
Dentro deste cenário, a edição deste ano do festival organizado pela ASMAV trará a Guimarães um espetáculo de ópera de grandes dimensões, apenas possível porque se trata de uma parceria com a Companhia de Ópera de Setúbal, através de fundos da Direção Geral das Artes.
“Projeto cultural de interesse municipal” – Paulo Lopes Silva
Com direção e encenação de Jorge Salgueiro, o espetáculo ‘Carmen’ será uma grande produção da Companhia de ópera de Setúbal, contando com a Orquestra do Norte e a Academia de Música José Atalaya, de Fafe, num espetáculo de três horas.
“Traduzido pela primeira vez em português”, frisou Francisco Teixeira, o espetáculo terá lugar no Grande Auditório Francisca Abreu, do Centro Cultural Vila Flor, sendo que “em determinados momentos terá mais de cem pessoas em palco”. Terá “o preço simbólico de 7,5 euros e será gratuito para estudantes”, apontou.
Paulo Lopes Silva, vereador da Câmara Municipal de Guimarães com o pelouro da cultura, referiu que a ASMAV “veio dar um contributo para o projeto que temos vindo a desenvolver de música erudita em Guimarães”, considerando o Festival de Canto Lírico um “projeto cultural de interesse municipal”.
“Pequeno cluster de ópera em Guimarães” – Francisco Teixeira
Face a este interesse municipal, o festival – e também este espetáculo – tem, em parte, financiamento do município sem necessidade de candidatura. Paulo Lopes Silva acredita que “o projeto pode crescer” a partir deste momento, sendo “uma ajuda para qualificar o projeto cultural global de Guimarães”.
À margem da apresentação do programa do festival, Francisco Teixeira reforçou que a Companhia de ópera de Setúbal foi financiada pela Direção Geral das Artes para desenvolver produções originais nos próximos dois anos.
Guimarães, através da ASMAV, fará parte deste projeto, sendo que em 2023 e em 2024 passarão pela nossa cidade dois espetáculos em cada um dos anos, sendo um deles uma estreia. Uma “oportunidade para que Guimarães afirme a sua centralidade cultural no território”, defende Francisco Teixeira, que acredita na “construção de um pequeno cluster de ópera em Guimarães”.