"Balanço muito positivo" em "momento de afirmação nacional e internacional"
Vão-se desmontando as tendas e acessórios num momento em que ainda ecoam sons medievais pelo Centro Histórico de Guimarães. A Feira Afonsina 2023 esteve no epicentro dos últimos quatro dias em Guimarães e Paulo Lopes Silva traça um “balanço muito positivo” da edição deste ano do evento.
“Estamos a falar de um momento de grande afirmação nacional e até internacional daquilo que são os valores fundacionais do país, a partir de Guimarães, não só pela Feira Afonsina – pela participação de público, com a concretização dos 250 mil visitantes a Guimarães que tínhamos perspetivado na antecipação – mas também e tudo o que conseguimos concretizar, nas diferentes celebrações do Dia 1 de Portugal”, refere o vereador.
Para lá deste número de participantes, Paulo Lopes Silva faz alusão à vertente conceptual para sustentar esta ideia da afirmação da nacionalidade através de Guimarães. “A própria sessão solene este ano foi um momento de enorme afirmação, simbólica, com uma grande participação, por parte do público, mas também pelo espetáculo, que foi montado para aquela noite com alusão intensa ao nosso país, à língua portuguesa, com a poesia portuguesa a ser cantada pelo coro de São Mamede – diferentes coros de Guimarães com direção artística do Tiago Simães e com a participação da Orquestra do Norte”, destaca o vereador com pelouros como a cultura e o turismo.
Para completar o quadro traçado, acrescenta-se valor devido local onde decorreu a sessão solene: “Do ponto de vista simbólico tivemos também com o pano de fundo do Castelo de Guimarães, a ser uma grande afirmação da importância de Guimarães para a fundação do país”, complementa.
“Nunca tínhamos tido um dia de Feira Afonsina com tanta participação como a de sábado à noite” – Paulo Lopes Silva, vereador
A estrutura do município está ainda a recolher dados, para que seja possível aferir com maior rigor vários indicadores referentes à organização deste evento, mas Paulo Lopes Silva não tem dúvidas que esta foi a Feira Afonsina mais participada de sempre, estimando a passagem pelo centro de Guimarães de mais de 250 mil pessoas.
“Temos a necessidade de utilizar uma metodologia de monotorização das zonas mais estreitas, por uma questão de segurança. Portanto, fazemos contabilização da passagem de pessoas por esses espaços. No último ano apontámos para sensivelmente 230 mil pessoas, este ano alcançámos 250 mil pessoas, ultrapassando os números do ano passado”, dá conta.
Números que fazem com que esteja constantemente em equação o modelo de organização, assim como os circuitos de circulação das pessoas. Pensando já em edições futuras, “está em cima da mesa ajustar algum aspeto que permita uma participação mais confortável por parte de todos que nos visitam”, refere. Um trabalho que, de resto, vem a ser feito de edição para edição. “Temos tentado ajustar ao longo dos anos para fazer face às expetativas das pessoas. Este ano tivemos, de facto, o sábado à noite com uma fluência histórica, nunca tínhamos tido um dia de Feira Afonsina com tanta participação como a de sábado à noite. Apesar disso, nunca estiveram em causa questões de segurança – a nossa maior preocupação –, mas o que queremos é que que quem nos visita vá daqui com a melhor experiência possível, de conforto, o que nos obriga a ajustar este modelo a todo o momento, para ir evoluindo”, acrescenta.
“Participação das associações tem vindo a crescer todos os anos”
Numa visão para lá dos visitantes da Feira Afonsina, Paulo Lopes Silva destaca também a vertente comercial, dizendo que, e mais uma vez ainda de forma preliminar, “do ponto de vista económico este foi um momento importante para a cidade”. Nos contactos que foi mantendo foi precisamente isso que ficou patente: “A perspetiva que ficámos no fim-de-semana, com os contactos que fomos fazendo, foi que havia uma lotação completa das unidades hoteleiras e os restaurantes estiveram a trabalhar a toda a velocidade”.
Ainda a outro nível, no que diz respeito ao envolvimento das associações vimaranenses, continuou a notar-se a tendência de crescimento. “A participação das associações tem vindo a crescer todos os anos”, pontua, lembrando a exceção provocada pela pandemia. “Estamos a falar na participação de 90 voluntários, 20 associações nos diferentes aspetos da Feira Afonsina, cerca de 100 mercadores e dentro dos mercadores, nas associações tivemos duas na área do artesanato e 18 nas áreas alimentares. E mesmo nos voluntários cerca de 75 são de Guimarães, mas temos outros de outros concelhos, pessoas que nos procuraram vindos de outros concelhos”, expõe.
O vereador nota ainda que a participação associativa não está relacionada apenas relacionada com coletividades mais comunitárias, salientando que “temos vindo a crescer na participação de associações ligadas à área performativa, as companhias de teatro amador, integrando o programa e os espaços de recriação artística da feira”.