Agrupamento nº 366 de Brito no ativo desde 1936
Em 1972, é filiada a Alcateia n.º 124 (Lobitos), dando origem ao Agrupamento n.º 366. António Gonçalves é o atual chefe de agrupamento, mas foi com o secretário Américo Salgado que mantivemos uma conversa sobre o estado do agrupamento.
Como surgiu o Agrupamento 366 de Brito?
O escutismo em Brito deve-se ao trabalho em particular de José Dinis Salgado, que também foi o seu primeiro chefe, que reuniu, a 7 de junho de 1936, 15 escutas e dirigentes que fizeram a sua promessa, dando origem ao Grupo n.º 124. Nessa altura, juntaram-se à festa os grupos n.ºs 6 e 116 de Guimarães, o grupo n.º 111 de Ronfe e 4 seniores de Guimarães. Neste momento, no ativo, o mais antigo deverá ser o de Ronfe, que surgiu em 1935.
Desde essa altura o grupo esteve sempre ativo?
Sim, com mais altos do que baixos, o agrupamento esteve sempre ativo. Podemos dizer que chegamos a ser o agrupamento maior desta região. Em 2003, tivemos o número extraordinário de 210 escuteiros, hoje estamos com 102 elementos. Outro dado importante é que passamos a ter escuteiras no agrupamento desde 1958.
Certamente, nestes anos todos, existirão algumas atividades que deixaram marcas.
A ida aos Picos da Europa (1993), Jamborees na Madeira (1994), na Holanda (1995),no Chile (1999) e o Pan-Americano (2001) e, naturalmente, a nossa presença nos acampamentos regionais e nacionais, são algumas dessas atividades. O nosso aniversário é outro dos acontecimentos mais marcantes do nosso agrupamento, que este ano será entre os dias 6 e 7 de julho. Depois, temos episódios simples, mas que ainda são recordados com carinho, como um raide no Gerês, em 1991, um episódio de umas cobras num acampamento em Póvoa de Lanhoso ou de uma visita e oferta de um televisor a cores a um lar de idosos de Donim, que ainda hoje encontram eco nas conversas de sede.
Os escuteiros de Brito também são reconhecidos pela sua fanfarra.
Sim, é verdade, apesar de ter sido na década de 80 que terá tido a sua maior visibilidade. Mas hoje é diferente desses primeiros tempos. Antigamente, existiriam três/quatro fanfarras na totalidade dos agrupamentos, atualmente todos apresentam a sua fanfarra.
Neste momento, como se encontram os escuteiros de Brito em termos de efetivos?
Curiosamente, sentimos alguma dificuldade ao nível de efetivos dos adultos. Por vezes, não é fácil termos responsáveis para liderarem algumas atividades. Os escuteiros entram na faculdade e não é fácil gerir a sua vida nos escuteiros. Da parte dos mais pequenos, a dificuldade maior está nos pais. Atualmente, são os pais que levam os filhos para as atividades fora da escola e é frequente ouvirmos dizer “tenho o fim de semana todo ocupado só para levar os filhos para isto e para aquilo” e os escuteiros acabam por ficar um pouco para trás.
O que pode oferecer o grupo escutista a esses jovens?
Num tempo em que tudo se passa dentro de portas e com o peso dos telemóveis na vida dos jovens, ter algo que os leve para o contacto com a natureza acaba por ser uma mais-valia na formação de uma pessoa.
Na questão da sede, área em que os escuteiros costumam ter problemas, o agrupamento apresenta um espaço exemplar.
Durante algum tempo, trabalhamos em prol desse um sonho. A nossa fanfarra participava em todas as atividades para a qual era convidada. Tínhamos um grupo coral que também participava em casamentos. As ceias de Natal eram sempre muito participadas e durante um ano fomos passando por todas as casas da vila. Com estas e outras atividades fomos juntando uma verba que nos permitiu avançar para a construção de um edifício próprio que foi inaugurado em 2010. A obra acabou por ficar por 300 mil euros e tivemos um apoio da Câmara Municipal de Guimarães de 60 mil euros, para além de outros apoios a nível de equipamento.
Como é a vossa presença na comunidade?
Temos uma forte interligação com a comunidade. Temos as atividades de serviço e voluntariado aos domingos de manhã no Lar do Centro Social de Brito, e a participação nas atividades com outras associações e organismos da vila e festividades religiosas ao longo do ano que são sempre muito participadas.
O que ficou por dizer?
Gostaria de deixar um apelo a todos os jovens e pessoas adultas que queiram disponibilizar parte do seu tempo em colaborar com os escuteiros, pois são todos bem-vindos.
Data da fundação: 7 de Junho de 1936
Lobitos: 19
Exploradores: 33
Pioneiros: 17
Caminheiros: 4
Dirigentes: 29
Trabalho publicado na edição de julho do jornal Reflexo, já nas bancas