A procura por consultas de psicologia "tem aumentado" nesta freguesia
Em 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a dar ênfase à saúde mental e passou a considerar que o completo bem-estar mental é essencial para ser atingido o mais elevado estado de saúde, considerado um direito fundamental de qualquer ser humano pela agência em causa. No Relatório Mundial da Saúde desse ano, pode ler-se que “a OMS está a fazer uma declaração muito simples: a saúde mental, negligenciada durante demasiado tempo, é essencial para o bem-estar geral das pessoas, das sociedades e dos países, e deve ser universalmente encarada sob uma nova luz”. Mais de 20 anos depois, as perturbações mentais são percebidas como um dos desafios mais relevantes da saúde pública dos dias atuais. Ainda assim, o mundo não foi capaz de “eliminar as barreiras à prestação de cuidados em saúde mental”, conforme pedia o relatório da OMS.
No entanto, iniciativas como a que é levada a cabo pela União das Freguesias de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia ajudam a perseguir esse desígnio. A norte do concelho de Guimarães, ganhou vida, há já alguns anos, uma iniciativa que oferece consultas de psicologia aos habitantes da União das Freguesias de Briteiros São Salvador e Briteiros Santa Leocádia. “O nosso serviço faz a diferença”. São estas as palavras de Carla Antunes. A psicóloga esteve à conversa com o Reflexo e confirma que “a procura tem aumentado”. Afirma que o aumento da afluência se deve, em parte, à aposta na divulgação levada a cabo por Diogo Costa, o presidente da União de Freguesias eleito em setembro de 2021, e em parte devido “ao contexto pandémico pelo qual passamos”.
Apesar de haver uma grande dificuldade de notificação nos serviços de saúde mental, os dados apontam para uma clara correlação entre a pandemia e doenças como a ansiedade, depressão e distúrbios de sono. A psicóloga também crê que “já passamos aquela fase em que a psicologia era um bocadinho tabu e cada vez mais as pessoas recorrem a este tipo de serviços como um auxílio à sua saúde” e, por isso, as pessoas já não têm vergonha de procurar ajuda.
Consultas ao domicílio
Ao consultório de Carla Antunes chegam pessoas diferentes com diferentes problemas. Neste momento, diz, “a maior procura que temos resulta de depressão e ansiedade”. No entanto, há pessoas que procuram auxílio em situações mais pontuais e querem ajuda “na resolução de um problema de trabalho, de um problema familiar e também em casos de doenças prolongadas”.
O trabalho da psicóloga não está confinado às quatro paredes de um consultório e, atendendo às necessidades da população que serve, foi preciso gizar outras formas para chegar a todas as pessoas que precisem de ajuda: “fazemos serviço ao domicílio uma vez que se trata de uma população mais idosa, há casos em que temos de nos deslocar”. Para Carla, “todas as consultas partem a partir de um diagnóstico”. Explica como se processa: “a pessoa procura-nos numa primeira consulta, fazemos uma avaliação e depois é dado um seguimento de acordo com cada uma das situações”. A disponibilidade depende “da gravidade do problema”, mas a intenção é que “a nossa resposta seja o mais completa e breve possível".