A retoma da feira semanal ainda não agrada a toda a gente
Foi precisamente isso que o Reflexo aferiu esta manhã. A entrada foi feita com uma fila que chega a assustar, mas processa-se de forma relativamente rápida. Algo que, ainda assim, segundo a feirante Maria Júlia, vai causando transtorno.
“Aqui há menos pessoas. Há feiras em que a entrada já não é feita com controlo. Nas Taipas temos filas enormes lá fora, pouca gente cá dentro e pessoas a desistir de cá entrar dadas as condições”, aponta Maria Júlia, que há mais de cinquenta anos faz a feira das Taipas. Entre os desabafos há a sensação de que o negócio de pronto-a-vestir é um dos que mais tem sofrido nesta retoma, na medida em que as pessoas não têm necessidade de comprar roupa.
Uma realidade que facilmente se constante quando se desce à zona de produtos hortícolas, onde Alexandre António vai fazendo o seu negócio. “Faço um descontinho, tenho de vender mais barato para ir fazendo o negócio. Mas está a correr bem, as pessoas veem e compram. Há uma realidade: até agora as pessoas gostavam de vir aqui e de falar, de conviver; agora compram e parece que fogem”, refere Alexandre António, natural de Prazins Santo Tirso, que também há muitos anos vende os produtos que produz na feira das Taipas.
De resto, as normas vão sendo cumpridas, conforme dão conta os vigilantes da empresa de segurança que está a agilizar a organização da feira. A questão do uso obrigatório de máscara é algo a que as pessoas já se habituaram, assim como a manter o distanciamento social.
As filas que se formam, garantem, surgem com a necessidade manter apenas três centenas de pessoas no interior do recinto. Contudo, essas filas fluem com rapidez e apenas se notam na primeira hora do dia, entre as 9h30 e as 10h30.
A feira semanal tenta ainda recupera o fôlego, sendo certo que já se notam os ciclos mensais de maior venda assim como a tendência que este ano não será favorável para o pronto-a-vestir, procurando-se essencialmente os bens essenciais.
Recorde-se que a Junta de Freguesia de Caldelas vai, ao que tudo indica, isentar os feirantes do pagamento de taxas de ocupação até ao final do ano.