Vamos acabar com o socialismo em Guimarães, vamos fazer diferente e melhor
Em Guimarães, há uma ideia generalizada de que os socialistas têm a eleição ganha, tenha como candidato o Quim, a Maria ou o Zé. São mais de três décadas a consolidar este pensamento e, nas últimas duas eleições, os socialistas ainda reforçaram os números com o reforço na vereação, não se percebendo bem se por mérito da governação socialista ou de uma ténue oposição social-democrata.
Das últimas nove eleições que trazem o partido socialista, em Guimarães, a comandar os destinos dos Vimaranenses desde 1989, há dados que devem ser realçados. Percentualmente, o melhor resultado socialista foi em 2009, com 53,49% dos votos, o que traduziu a vontade de 50102 Vimaranenses. Já o pior resultado percentual foi na primeira eleição deste longo ciclo, com 47,24% dos votos, correspondendo a 37812 de votos, um único número abaixo dos 40000.
Do lado do maior opositor até à data, o partido social-democrata, fosse sozinho ou em coligação, nunca foi além dos 37,91% com André Coelho Lima, em 2017, correspondendo isto à vontade de 36452 Vimaranenses. Já o pior resultado foi de 26,76% em 1997, com 23956 eleitores a ver na proposta social-democrata a melhor opção para Guimarães, nessas eleições.
Durante este período, o CDS, com uma candidatura em nome próprio, conseguiu uma vereação em 1989, e o PCP conseguiu ter vereação de 1989 a 2013, sendo o ponto alto a eleição de 1997, em que conquistaram duas vereações. Existe até agora um bi-partidarismo, à semelhança do que se vinha registando a nível legislativo, em Portugal, até março do ano passado, quando o Partido Chega elegeu 50 deputados à assembleia.
Em resumo, mesmo no melhor ano do PSD, e em coligação com o CDS e o PPM, os números são inferiores ao pior resultado do PS durante este período.
Apesar de ter nascido em 1982 e ser dos que pode dizer que já viveu, em Guimarães, com governação que não fosse socialista, só em 2019 me interessei pela política e só a partir daí cheguei ao contacto com as pessoas, numa visão diferenciada do cidadão comum. Desde essa altura, a percepção que tenho é que muito se protesta e contesta o partido socialista, em Guimarães, mas os resultados demonstram que, na hora da verdade, o voto lá vai para a “mãozinha”.
Que significado terá isto? Algum tipo de masoquismo por parte dos Vimaranenses? Ou estará muito bem Guimarães e a sua governação? Será que a oposição nunca apresentou uma alternativa válida e credível que desse aos Vimaranenses a força de acreditar numa mudança?
Com o aparecimento do Chega, poderá o bi-partidarismo terminar também em Guimarães à semelhança do que se passou a nível nacional?
O Chega teve a primeira aparição autárquica em 2021 e passou logo, a nível nacional, para o 5° lugar no que diz respeito à sua representação. Com a eleição de 19 vereadores e centenas de deputados municipais e de assembleia de freguesia, ganhou logo aí um papel de algum relevo a nível autárquico. Neste momento, tem já quatro anos de trabalho apresentado e estará nas autárquicas de 2025 a fazer uma avaliação do que já fez e do que se propõe a fazer.
Estarão os Vimaranenses abertos à mudança que irrompe no restante país?
Vamos acabar com o socialismo em Guimarães, vamos fazer diferente, vamos fazer melhor!