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Tramway

José Cunha
Opinião \ quinta-feira, novembro 12, 2020
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Agora, só falta mesmo é saber o que fazer com o dinheiro.

Depois da Associação de Jovens Empresários de Guimarães ter proposto a sua implementação na cidade, e do Presidente da Câmara o ter sugerido como solução para ligar as cidades do quadrilátero, o Tramway volta a ser notícia em Guimarães.

Desta vez o mote foram as declarações do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, que aquando da audição parlamentar sobre o Plano Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030), e tendo sido questionado sobre a ligação de Guimarães a Braga, afirmou que esta não faz sentido e o que está previsto no plano é o reforço dos sistemas de transportes nas duas cidades.

De facto, o PNI 2030 não contempla a ligação Guimarães-Braga, pelo que não podemos dizer que o meio de transporte foi alterado de Tramway para MetroBus, como algumas notícias sugerem. O que o plano prevê é uma dotação de 200 M€ para que as duas cidades possam desenvolver Sistemas de Transportes Coletivos em Sítio Próprio (STCSP) de baixo custo, ou seja o MetroBus ou BRT (Bus Rapid Transit).

A aposta nos STCSP em cidades de média dimensão consta da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica 2030 (Plano Costa e Silva), que no eixo estratégico de “um novo paradigma para as cidades e a mobilidade”, preconiza o aumento da oferta de transportes públicos de passageiros para reduzir a dependência de transporte individual nos acessos aos principais centros urbanos.

Esta Visão Estratégica serviu de base ao Plano de Recuperação e Resiliência que o Governo irá apresentar à Comissão Europeia para aceder aos fundos do Next Generation EU, a denominada “bazuca” da União Europeia.

Assim, Guimarães terá garantido desde já a possibilidade de usufruir de um valor considerável desses fundos para investir em infraestruturas e equipamentos de transporte público, o que é uma excelente notícia. Agora, só falta mesmo é saber o que fazer com o dinheiro.

Espero que a solução passe pela consulta e participação alargada dos vimaranenses, e que esta se revele na prática por uma inflexão da tendência predominante do automóvel privado como meio de transporte, correspondendo assim,  à sustentabilidade e resiliência que devemos legar à “Next Generation”.