24 novembro 2024 \ Caldas das Taipas
tempo
18 ºC
pesquisa

O Mal existe. Exorcizemo-lo!

Teresa Portal
Opinião \ quinta-feira, maio 21, 2020
© Direitos reservados
Querem tapar o sol com a peneira e a esse propósito lembrei-me de uma discussão que tive com um padre sobre a celebração eucarística terminar, no tempo em que era em latim (ainda recordo essas missas era eu muito pequena), com um esconjuro contra as forças do mal.

O homem sempre discutiu a propósito do bem e do mal. Todos afirmam que não há bruxas nem médiuns (e tantos brincam com a crença alheia!), mas que acontecem fenómenos incompreensíveis para os quais não há uma explicação racional… acontecem.

Pessoalmente, acredito no poder do cérebro, do qual só se conhece uma ínfima parte, e acredito no mal. E não estou sozinha. A Igreja faz-me companhia. Já lá vamos.

Sobre o “inexplicável” explicável com que nos procuram cegar, não venham com tretas… Não é só nos EUA que existem Áreas 51, da qual se negava a existência até começarem a existir satélites e, principalmente, a Internet. Os segredos agora depressa deixam de o ser com a liberdade de expressão e de imprensa. Se bem que a “liberdade” agora já não é tanta… Não, não estou a sonhar, nem a procurar confundir ninguém.

Vários vídeos que têm circulado na Internet nas redes sociais chegam para pôr qualquer um maluco, para não dizer uma palavra mais forte, pela informação e contrainformação que transmitem.

Devemos usar máscara ou não? Devemos estar confinados ou não? Devemos tratar a Covid-19 como uma forma de gripe mais agressiva ou não? Houve fuga do vírus do laboratório ou foi posto cá fora propositadamente? Quem andar a par dos números que são postos a circular fica horrorizado, mas depois vêm outros números com outra doença que mata ainda um maior número de pessoas e ninguém parece ligar. Acha normal.

Nestes tempos anormais gostava de saber o que é normal…

Agora até já dizem que a doença foi fabricada, precisamente para matar uns milhões e depois nos darem uma vacina com a qual inoculam um chip para nos vigiarem. Teoria da conspiração? Sei lá! Que o Facebook e o Messenger cortam mensagens e vídeos aparentemente inofensivos, é verdade! A tal liberdade de expressão que já não é… Já me aconteceu e acontece-nos a todos. Estamos já a ser vigiados e depois vêm com o sigilo dos dados. Mas se nós os damos em todo o lado, porque fazemos pagamentos, marcações, compramos bilhetes para espetáculos, para a CP… online, seremos tão ingénuos que não acreditemos que os nossos dados já andam em tudo quanto é site oficial ou não do Estado ou de quem quer que seja? Por amor de Deus, fui professora e recebia diretamente na CGD (ainda me lembro dos primeiros vencimentos em dinheiro e depois em cheque) e faço todos os meus pagamentos por débito direto. Agora sou pensionista e tudo é feito na CGA online. Preenchemos o IRS online, melhor dizendo, já está preenchido automaticamente com cruzamento de dados com o E-faturas, a ADSE, os PPR… e não sei que mais. Onde está o segredo dos dados?

Querem tapar o sol com a peneira e a esse propósito lembrei-me de uma discussão que tive com um padre sobre a celebração eucarística terminar, no tempo em que era em latim (ainda recordo essas missas era eu muito pequena), com um esconjuro contra as forças do mal. Levei tempo mas acabei por encontrar documentação, e em casa, no meio de livros antigos e papelada da minha avó materna e datada de 1933. Em 1965, com o concílio Vaticano II que durou três anos (desde 1962), a celebração eucarística começou a ser falada em Português. Um livrinho chamado Mensageiro do Céu, editado em Braga, traz o tal exorcismo da parte final da missa, que transcrevo na íntegra em português, porque também lá está em latim “São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, cobri-nos com o vosso escudo contra os embustes e ciladas do demónio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos. E vós, príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.” A este exorcismo, Pio X mandou acrescentar a invocação que se dizia três vezes: O padre invocava “Coração Sacratíssimo de Jesus” e o povo respondia “Tende piedade de nós”. Os mais idosos ainda se devem lembrar.

Acreditando ou não, o mal existe e está na altura de lutarmos com todas as armas, mesmo esta que se usou após o Concílio de Trento (1545-1563), tendo o papa S. Pio V promulgado o Missal Romano em 1570. Durante quatro séculos a celebração eucarística terminava com os fiéis a serem exorcizados pelo padre. Terminou com a missa em Português porquê?

Com o que estamos a passar, em que o mal é um vírus mas poderá haver mão de diabos que andam à solta, regressemos ao século XVI e esconjuremo-lo à saída da missa dominical. Sempre poderá ser mais uma ajuda e, desta vez, Divina.

A propósito, hoje vi o arco-íris sobre o Cristo-Rei em Lisboa, na TVI. O dilúvio da Covid-19 estará no fim?