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Jurei que nunca falaria da Covid-19

Teresa Portal
Opinião \ sexta-feira, junho 11, 2021
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Usem a máscara, porque já vejo muita gente a facilitar o seu uso e, pelos vistos, será um adereço permanente do nosso visual.

Com a pandemia, a Covid-19 infiltrou-se no nosso dia a dia de manhã à noite e tornou-se o tema de conversa e a companheira indesejada de cada um de nós. Nunca sabemos se estamos a estabelecer contacto com ela, apesar da máscara, da desinfeção permanente das mãos, do autoconfinamento em casa, quando as necessidades primárias estão asseguradas.

Está há quase dois anos no nosso meio e recusa-se a partir, a deixar-nos. A uma informação segue-se outra que a vai contradizer e isto acontece desde que a propagação do vírus decretou a pandemia pela OMS. Nada o parece deter e as mutações são uma constante. Agora estamos a ser vacinados e a informação e a contrainformação tornaram-se ainda mais selvagens. Não havia nenhuma vacina e, repentinamente, surgiram de rajada como se a “inspiração” tivesse soprado uma solução a todos os cientistas. Uma sincronia que me pôs e a muitos outros desconfiada.

E os vídeos da contrainformação impõem-se… Nada sucede por acaso. Li algures que estava na altura de matar uns milhões, o que sucede periodicamente desde sempre e, no século XIX, o homem abraçou a tecnologia e começou a Era da Industrialização.

Só no século XX foram milhões mortos com a 1ªGuerra Mundial, a gripe espanhola, a 2ªGuerra Mundial, a Guerra do Golfo, as Guerras no Oriente, as guerras no norte da Europa.

Uma opção de guerra agora seria a nuclear que eliminaria não só os milhões necessários como varreria com a vida no planeta o que não seria a solução pretendida.

É que, com o aumento de tempo de vida dos homens, graças à evolução da ciência, nomeadamente da farmacologia, da medicina e da engenharia genética, o número de pessoas a passar a fasquia dos cem anos aumentou exponencialmente. Já não precisamos de ir ao Tibete para encontrarmos pessoas com 100, 101, 102 anos e mais. Ou seja, aumenta a esperança do tempo de vida (refiro-me a uma vida de qualidade) e, perante uma Terra sobrelotada, que fazer? Vamos para o espaço concretizando a visão da ficção científica e criar estações espaciais? Não será muito melhor “fabricar” um bichinho que varra uns quantos aqui e ali sem olhar a raças nem a países nem a fronteiras inexistentes? A tal chamada guerra biológica?

Uma coisa é certa. A Covid-19 foi e é extremamente democrata e não olha a raça, nem a género nem às economias dos países em que ataca. Quem está mal fica pior… porém, neste momento, quem está bem? O homem é igual em todo o lado. “O homem é um ser eminentemente social” disse Aristóteles. Está aí a prova. Não fomos criados para estarmos isolados. Temos de conviver, de comunicar uns com os outros, de ser tocados – o toque, principalmente para os latinos com os beijinhos, as carícias e os abraços, de falarmos, de estarmos em grupo…- é essencial.

Agora fala-se em imunidade de grupo como a tábua de salvação. Será?

Uso a máscara e cumpro as normas de confinamento, porque sou uma cidadã responsável. Isso resulta? Esperemos que sim e que se veja brevemente uma luz ao fundo do túnel.

As próprias vacinas são um grande ponto de interrogação, porque estão a ter efeitos indesejáveis embora não os divulguem convenientemente a não ser naqueles vídeos apocalípticos que nos põem os cabelos em pé. Atendendo ao meu estado de saúde e tendo uma doença autoimune e um historial familiar de reações adversas (o meu irmão ia ficando paralisado com a vacina da Pólio, o meu filho mais velho apanhou sarampo com a vacina do sarampo, eu faço alergia a uma das cortisonas que era o tratamento que fazia para a urticária crónica idiopática refratária ao tratamento, a lepiticortinolo, tendo chegado a tomar Medrol para combater a reação alérgica à outra) um professor doutor de doenças infectocontagiosas acabou por me aconselhar a não tomar a vacina nem na 1ª nem na 2ª vaga, enquanto não houvesse uma avaliação capaz aos efeitos “secundários” que pudessem vir a despoletar e não fosse feita uma estatística. Logo depois uma médica, que não concorda com a vacina, apanhou a Covid-19 e aconselhou-me a que a tomasse porque dos dois males era melhor enfrentar o menor- estar vacinada e correr o risco tomando em consideração aquela outra que faço mensalmente e as reações adversas que muitos estão a experimentar.

Viver neste momento na Terra é um quebra-cabeças, porque acredito que seja o próprio planeta, a que não ligamos nada, que se esteja a defender das agressões que está a sofrer. Uma espécie de ser pensante que nos comanda e diz – BASTA – quando nós somos incapazes de proferir essa palavra tão pequena e de tomar medidas tão simples que, se tomadas por todos, garantiriam a sustentabilidade do planeta e acabariam com muitos dos nossos problemas.

Enfrentaremos mais um surto de Covid-19 a que foram sendo acrescentadas as variantes (acho que ainda não surgiu a Portuguesa!) ou vamos derrotar esta maldita de uma vez por todas? Ficaremos, como dizem, obrigados a tomar uma vacina por ano ou de seis em seis meses, como já propagam outros?

Ser otimista nesta ocasião não é fácil. Resta esperar que tudo corra pelo melhor e que consigamos dar a volta por cima, mesmo em termos de economia. Pelo menos esse assunto saiu do mapa. Um ótimo elemento distrator esta pandemia. Andará por aí a ser cozinhado algum mal bem pior? Agora já é de ficar de pé atrás e nunca fiando…

Usem a máscara, porque já vejo muita gente a facilitar o seu uso e, pelos vistos, será um adereço permanente do nosso visual. E atendendo à porcaria do ar que respiramos também já era de esperar que mais dia, menos dia, ela se tornasse necessária para quem tivesse problemas respiratórios. Assim, ficamos todos em igualdade de circunstâncias.