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Imagine o Rotary- lema do ano 2022-23 21 anos depois…

Teresa Portal
Opinião \ sexta-feira, setembro 02, 2022
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Ser rotário não é “andar em jantaradas” como diziam. A parte mais visível do Rotary é o companheirismo, pedra basilar da sua formação.

Jennifer Jones, presidente do Rotary International, disse: “Como pessoas em ação, nós, associados do Rotary, temos um longo histórico de mudanças positivas nas nossas comunidades e em nós mesmos. E agora, ao iniciarmos o ano de 2022-23, estou entusiasmada para continuar o trabalho de expandir o Rotary, para que ele seja a organização que queremos e sabemos que pode se tornar.” Fazendo minhas as palavras da presidente, também estou entusiasmada para transformar a sociedade seguindo o lema proposto IMAGINE ROTARY.

Entrei para o Rotary Club de Caldas das Taipas fez 21 anos em fevereiro, para essa ONG que me atraiu desde a primeira hora e vou para a minha terceira presidência num clube que recebeu a sua Carta Constitucional em maio de 1999.

Inserido numa vila que se expande pelas freguesias vizinhas, desde logo o clube enfrentou o problema de conseguir angariar novos elementos, de os manter e de lutar por implementar-se numa zona refratária às mudanças e ao reconhecimento.

Com 23 anos de existência, os rotários vão sendo reconhecidos como instituição, nomeadamente nos últimos anos- “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”- em que se multiplicaram pela criação dos clubes das Novas Gerações – O Rotaract Club de Caldas das Taipas em 2015-16 e o Interact Club de Caldas das Taipas em 2016-17.

Acaba por ser mais fácil passar a mensagem se esta for também veiculada por jovens que abraçaram a organização e fazem dela a sua bandeira para se tornarem melhores líderes, fomentarem o espírito de interajuda e trabalharem em prol da comunidade em que estão inseridos.

O trabalho realizado é visível e mesmo em tempos de pandemia, os rotários responderam “Presente!” e ajudaram na medida das suas possibilidades.

Ser rotário não é “andar em jantaradas” como diziam. A parte mais visível do Rotary é o companheirismo, pedra basilar da sua formação. Não esqueçamos que foram quatro amigos que decidiram em 1905 criar a organização da roda dentada para pôr em funcionamento uma organização que se baseia no movimento de uma engrenagem que só funciona se todos os dentes estiverem perfeitos e funcionarem em sintonia.

E, assim sendo, o nosso maior defeito foi trabalhar na sombra sem esperarmos agradecimentos (que não pretendemos) e não nos darmos a conhecer. Vivemos numa sociedade egoísta que não reconhece o trabalho dos outros a não ser que seja badalado aos ventos e bem propagado e, mesmo assim, não há garantia de nada. É tão mais fácil receber, estender mão do que agradecer. Com as TIC, as coisas ficaram muito mais fáceis e já se sabe quem fez o quê, às vezes.

Não desejamos agradecimentos, repito, desejamos reconhecimento pelo trabalho feito. Já estamos habituados a lutar contra a maré, veja-se o caso da vacinação contra a Pólio, uma das nossas bandeiras, em que os casos de poliomielite continuam a existir em países onde a guerra é senhora - Paquistão e Afganistão -.e mais importante do que a vacinação das crianças e aí se encontram os últimos redutos da doença que continua a minar e onde rotários já perderam a vida.

“Dar de si antes de pensar em si”, o nosso lema basilar, diz tudo. O bem geral, a paz mundial, a alfabetização, a saúde, a água e saneamento são muitas das vertentes em que o Rotary intervém. O ambiente tornou-se agora outra das suas vertentes de intervenção. Não ficamos pela plantação de árvores, vamos mais longe, à sensibilização das gentes para a sua atuação irresponsável e pedimos que deem as mãos e trabalhem conjuntamente para o bem do planeta que será necessariamente o bem comum.

Temos a sorte de estar implementados numa zona em que a câmara, a junta de freguesia e as escolas já lutam pelo “verde”. As bandeiras verdes do Eco-Escolas flutuam nos postes e Guimarães vai concorrer novamente a Capital Verde Europeia em 2025.

Que vos peço? “Imagine Rotary” exige inovação, flexibilidade, comunhão… Ter ideias não basta. Há que dar as mãos e participar na solidariedade efetiva perto e longe de casa. Todos temos telhado mas há quem o não tenha. Comecemos pelos nossos mas sejamos solidários com os que vivem em zonas da Terra que estão a ser bem maltratadas com as mudanças climáticas, com a seca (que também já começamos a experienciar), com a fome, com a doença, com a guerra…

Vamos tornar o Rotary mais visível na nossa comunidade e engrossar as suas fileiras, para sairmos do milhão e duzentos mil que somos desde o século passado. Vamos trabalhar em prol dos outros.

Vou pedir a vossa colaboração e ajuda. Espero que respondam sim.

Obrigada.