Guimarães Marca?
No passado dia 14 de Fevereiro de 2017 foi publicada uma notícia num jornal nacional. Tinha como subtítulo: “Vila do Conde, seis grandes investimentos avançam”.
Reproduzo a notícia. Com citações de responsáveis: “fundada em 1965, a empresa dona das marcas Lion of Porches e Decenio, está atualmente instalada em Guimarães e tem 90 trabalhadores na sede e cerca de 500 nas lojas. Quer mudar para Vila do Conde “até ao final do primeiro semestre” e vai “vender” as instalações de Guimarães. “Esgotámos a capacidade. Em Vila do Conde, há espaço com localização excelente e os incentivos da Câmara também pesaram”, frisou.
Estes são factos. O empresário vai para Vila do Conde porque ali “há espaço com localização excelente”. Há fatores geográficos que não poderemos alterar. Mas há um fator que dependeu das opções políticas de anos: a falta de planeamento territorial ao nível económico. Que se reflete neste caso. Como também na atabalhoada instalação da Ecoiberia.
Mas o empresário vai para Vila do Conde porque “os incentivos da câmara também pesaram”. Ou seja, a Câmara de Vila do Conde é ativa. Fornece aos empresários incentivos. Que, na hora da decisão, pesam.
Que diz Domingos Bragança sobre este assunto? “Eu nunca soube exatamente. Nunca me foi colocado assunto e terei muito gosto em saber pormenores desta empresa”. Eis a diferença. Guimarães não soube namorar a empresa. Sintomático que a notícia seja publicada em pleno dia de São Valentim.
Ao fim de quase 30 anos de maiorias de um só Partido, estamos hoje pior. Com uma diferença substancial. Outros concelhos corrigiram aquele que era um problema estrutural nacional. Adotaram uma política de solos. Que os torna competitivos. É por isso mesmo incompreensível ouvir o ainda Presidente da Câmara Municipal dizer que é muito difícil encontrar solo disponível em Guimarães. Palavras para quê? Para quem foi Vereador com o pelouro da economia durante anos esta posição é a confissão de que nada foi feito no passado. Mas também a demonstração de incapacidade para mudar o rumo. Esta posição evidencia que este poder e o ainda Presidente da Câmara Municipal não possuem o antídoto para curar esta doença. Os sintomas estão aí. Guimarães não marcou.
Guimarães não marcou, mas pode marcar. Só depende de si.